terça-feira, 20 de março de 2018

Running Away.

Para terminar o Inverno voltei aos meus treinos de corrida habituais. Nunca os devia ter parado. Sempre foram momentos importantes para mim. Meditação e exercício fisico em simultâneo. Corro, como sempre, junto ao Tejo. Adoro. Aquele caminho pertence-me. Cada passada que dou é um ode a libertação do pensamento.

 Observo atentamente quem comigo se cruza.

O ambiente ribeirinho entre o à margem, onde habitualmente deixo a La Maquina estacionada, e a ponte 25 de Abril é prazeiroso. Tornou-se um dos locais favoritos para os Lisboetas, de Lisboa Ocidental, correrem. Isso, e as pazadas de turistas, que em grupo, nos dificultam a marcha. Têm graça.

Adoro passar junto ao MAAT. Um exemplo de arquitectura que me prende o olhar. As ondas das suas linhas misturam-se com o horizonte, numa cumplicidade impar. Ai, a cumplicidade.

Aproveito os finais do dia para ali correr ou deslizar de longboard.

O rio espelhado reflecte-se no olhar e transporta-me para um paraíso de cores e paz. As cores violáceos do Céu beijando o Atlântico, ao fundo, só recortadas pelo padrão dos descobrimentos, são um postal ilustrado desta Lisboa que eu amo. Adoro estes lugares comuns.

A pouco e pouco reencontro a paz perdida. Tem altos e baixos. É aos bochechos.

No meio da meditação, em que consigo habilmente esvaziar o pensamento, surgem-me ocasionalmente imagens que guardo com carinho.

 No fundo, tenho que acreditar que quem perde mais não sou eu.

Apesar de frequentemente, sentir que me passam ao lado, numa velocidade desenfreada. Não posso acelerar. Tenho que me poupar. Não quero enfartar no final da corrida.

 Nos fins-de-semana, gosto das manhãs para a corridinha higiénica.

Como o gato gosta de filhoses, também eu sempre apreciei correr, desde miúdo. Talvez traduza a minha busca incessante por algo que nunca se revela. Talvez a minha fuga. Talvez. Talvez. Talvez.

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