quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

"Cinema Paradiso"

Estou em paz. Sinto-me envolvido pela tua essencia, pela tua amizade, pelo teu amor. Estou em paz e respiro o ar lentamente à tua volta. Vejo-te para lá do espelho que nos transporta ao encontro um do outro. Sinto-te, cheiro-te, entro no teu corpo, na tua mente, no teu pensamento. Como mais uma fatia de bolo de chocolate, bebo um capuccino e transporto-me contigo para a imensidão do deserto, do nosso deserto. As línguas entrelaçadas num só ser que somos. Tudo desaparece à nossa volta, os sons, a luz, o tempo lento quase parado. Nada mais importa a não ser a nossa união. Recordamos o início inesperado como acontece com todas as paixões. A entrega absoluta de dois seres-maiores. Os passos ecoam nas nossas cabeças, os momentos param, o frio deixa de se sentir... Estou em paz como outrora. Contigo, sempre em paz, sem medos, sem tabús, sem receios, envolvido pela tua essência, pela minha que respiro e dou a respirar. A paixão é uma semente donde brota o amor. O amor verdadeiro, envolvente, luminoso, melancólico, de dádiva, de paixão... O amor de compartilha, de liberdade, sem controlo, sem controlos... Estou em paz comigo e contigo, embora separados por uma imensidão de espaço e tempo que se esfumam por entre as nossas mãos. Fico em paz com os meus pensamentos que de todo são iguais aos teus. Temos olhos iguais... e olhares iguais sobre o que nos rodeia. Se olhares para trás vês-me na casa das máquinas a trocar as bobinas de 8 mm. Observo-te a preto e branco, porque é assim que o amor deve ser fotografado. Fazes parte do meu "cine paraíso" e eu do teu. Estou em paz e adormeço em paz envolvido pelos teus braços, hoje e sempre.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

sadness

Há fantasmas que nunca nos abandonam. Há fantasmas que inconsciente ou deliberadamente nos molestam, ou a quem nós gostamos. Há fantasmas dos quais não nos sabemos defender. Por muito distantes que estejamos e os tenhamos conseguido exorcizar eles sazonalmente voltam para perturbar o nosso bem-estar e o dos que nos rodeiam. Habilmente lançam pequenas farpas ácidas que tentam corroer o amor dos outros. Há fantasmas que o são porque em vida nos fizeram mal e nos libertamos. Há fantasmas que se alimentam da angústia e da tristeza dos outros. Há fantasmas cujo o amor os revolta e usam meios aparentemente inocentes para tentar destruir aquilo que eles não tiveram. A única forma de evitar as suas tentativas cíclicas de instabilidade passa pela solidez do amor. É a única arma possível contra o egoísmo e inveja destes negros fantasmas. Quando o amor é sincero, puro e cristalino esses fantasmas perdem toda e qualquer capacidade de provocar qualquer mal que seja. Estejamos nós preparados para as suas investidas e lutemos contra as suas tentativas destruidoras.

Estou triste porque estás triste. Fazes parte de mim como eu de ti. Dançamos em uníssono no espaço sideral apesar dos nossos corpos afastados. A tua voz melancólica lança-me lágrimas que se libertam perante a dor que sinto. Não posso permitir que esses fantasmas possam de alguma forma criar tristeza no seio do nosso amor eterno. Não é justo. O amor é inesperado e o teu foi-o, daí a sua pureza e ser maior. Preocupo-me mesmo que me digas que não há razão para isso. Há sempre uma razão para a tristeza e embora ela faça parte da vida, entristece-me quando estás triste.

Aguardo o teu abraço terno e caloroso.

10 000

Curioso ter atingido a barreira dos 10 000 visitantes. Este blogue existe há cerca de 4 anos... com cerca de 2500 pessoas a lê-lo por ano. Não é muito... Na realidade não é nada.. Mas isso é tudo o que menos importa. O objectivo não é esse. Se parar para pensar nem existe propriamente um objectivo. Trata-se simplesmente de uma compartilha de um ser humano perantes todos os seres humanos que o lêem... uns conhecem-me, outros nem por isso. Os que não me conhecem fisicamente vão acabando por interiorizar alguns dos meus sentimentos e vivências. Apesar de tudo, muitos dos textos são exercícios literários onde tudo se mistura na minha mente e sai projectado directamente para o teclado. Não obstante, está tudo lá. Obrigado por existirem.... a tout mes amis, a tout les persons. :)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

breve reflexão sobre o amor


O amor verdadeiro é puro. É cristalino e transparente. Quando se olha o amor de frente as palavras perdem o significado. Basta um olhar, uma lágrima, um esboço de sorriso para sabermos quem amamos e porque amamos. O amor verdadeiro não tem barreiras. As idades não interessam, as raças não têm importância, as diferenças sociais tornam-se ridículas. O amor verdadeiro não têm distâncias porque as almas continuam-se amar, e estas são intemporais. O amor verdadeiro não tem interesses ou esquemas que nada têm que ver com o amor. O amor verdadeiro é inesperado. Podemos gostar de algumas pessoas, sentir um quase-amor mas o amor verdadeiro aparece quando menos se espera. Tudo deixa de fazer sentido quando estamos em comunhão e sintonia com a pessoa que amamos. O amor verdadeiro é sincero e baseado na confiança. Não se ama verdadeiramente muitas vezes ao longo da vida. Pessoas infelizes podem mesmo nunca chegar a amar. Que tem a felicidade de encontrar a outra peça do puzzle é iluminado pela liberdade de se amar. O amor verdadeiro é resistente. Resiste às distâncias, aos mal-entendidos, às discussões, às tristezas, às ausências, às faltas... O amor verdadeiro quando existente é eterno, para a vida, é um fóssil que nos acompanha até partirmos para sempre. O amor verdadeiro é terno e envolvente. O amor verdadeiro é tudo aquilo que todos nós devíamos alguma vez sentir. É a dádiva e a comunhão. É a felicidade a dois. Esse é o amor verdadeiro.