domingo, 24 de outubro de 2010

ortodoxias

Vivemos num mundo ortodoxo. Uns mais do que outros. Em certos meios a diferença é fomentada. Noutros é abolida. Sobretudo em Portugal, mas provavelmente em todos os países latinos com forte influência católico-coisa. É difícil assumir para alguns que possam existir gostos diferentes e pensamentos mais coloridos. Na maioria das vezes tudo não passa de uma falácia e de falsa postura. Nos meios artísticos tudo é permitido e vive-se em liberdade... ou não. Noutros, as pessoas são olhadas com algum despeito por terem o cabelo cabelo mais comprido, a tatuagem visível, o piercing, as calças rotas, usarem t-shirt em vez da gravata... e tudo isso é mesquinho. Na maioria das vezes quem olha com um sentido crítico negativo inveja a liberdade de quem se consegue assumir. E isso traz liberdade. E a liberdade traz felicidade. Os exemplos atrás são infantis... mas retratam tão bem as mentes pequeninas que os não aceitam. Aquilo que realmente me incomoda é a pressão social castradora (felizmente cada vez menos) da orientação sexual dos seres humanos. E o facto dela existir só demonstra o quão atrasados ainda estamos. Uma das palestras mais interessantes a que assisti durante uma pós-graduação foi acerca da homossexualidade. E o facto de ainda termos que estudar algo só demonstra a incapacidade que ainda existe em aceitar a "diferença". Porque não uma palestra sobre heterossexualidade. Mas aquilo que está em causa, pelo qual todos devemos lutar, é uma sociedade que aceite naturalmente a orientação sexual de cada um. De forma a que as pessoas naturalmente, sem receios da discriminação ou do hipotético gozo a que possam ser sujeitas, assumam algo que lhe é intrínseco e sejam felizes. Uma sociedade que nega a felicidade dos seus elementos só pode estar doente. Tenho a minha sexualidade bem definida, mas sou completamente pela causa dos direitos dos gays, lésbicas e transgenders... e desejo que um dia essas associações deixem de fazer sentido, quando as pessoas forem realmente tratadas de igual modo... Infelizmente apesar da evolução positiva da sociedade tal ainda não se passa abertamente em todos os meios.