terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Pão de Forma & Boas entradas em 2009



Para terminar o ano de 2009, espero que todos nós consigamos atingir os nossos objectivos e como fiquei fascinado com a tua ideia espero que a consigas concretizar até ao próximo Verão. Hasta la vista, babe.

Influenza.




Foram estas partículas minúsculas, mas muito aperfeiçoadas, que me deixaram de cama e em reclusão total no topo da torre onde habito desde há 3 dias. Raios as partam... Porque que !"#$&/% têm que existir estas "#$%) na Natureza? Seríamos todos muito mais felizes... ou não! De facto, e embora me custe admitir, estas pequenas partículas e outras, são responsáveis pela selecção natural da nossa espécie e pelo controlo quantitativo das populações... essa é a pura das verdades. Nós esquecemos-nos muitas vezes de que, apesar de tudo, continuamos a ser animais inseridos num ecossistema (embora viciado!); Se estes pequenos e irritantes seres não existissem provavelmente a Terra já não teria lugar para tanto ser humano... e se sobrevivessemos todos até aos 150 anos outras doenças degenerativas bem mais graves e limitativas da qualidade de vida iriam aparecer... Mas nós estamos a tentar (e ainda bem!) e já vamos a meio caminho... Já temos velhos com boa qualidade de vida, mas por outro lado também cada vez mais casos de Alzheimer, Parkinson etc... doenças que há 100 atrás não eram assim tão frequentes. Seja como fôr, odeio-vos little influenza... Vou-me encharcar novamente de ibuprofeno, paracetamol, ambroxol (infelizmente ainda sou fumador... mas sabe-me tão bem) e chá de limão... Que tal?

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Hamas, George Clooney, Nespresso, Khaled Mashaal


Ok. Prometi que não ia escrever antes de 2009 mas não resisti. Como sabem, o conflito na faixa de Gaza voltou a reacender-se... Hoje, quando via as notícias, tive que parar vários segundos para discernir o Sr. Khaled Mashaal, representante do Hamas... porque na realidade eu via o George Clooney, e pensei porque raio estava a "carinha bonita" (depende das opiniões!) da Nespresso no meio de dois senhores com indumentárias árabes. Na realidade foi a minha memória fotográfica a pregar-me uma partida... Procurei algumas fotos no Google images e embora nenhuma delas seja a ideal (já que o Sr. Mashaal na televisão aparentava estar mais magro) dá para ter uma ideia das semelhanças entre os dois. 
Assim, para 2009, o meu desejo é essencialmente que atinjam a paz de uma vez por todas. Já "cheira mal" esta história do conflito israelo-árabe. Não há paciência, sobretudo porque na realidade quem paga a factura na maioria das vezes são os inocentes, mulheres, crianças e homens civis.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Feliz Natal Merry X-Mas

Só volto a escrever aqui em 2009... Entretanto desejo a todos um Feliz Natal... I hope you enjoy every moment in this vacations... HAVE FUN.

Nota: Só por curiosidade... até ao momento a minha página mais procurada e vista na Net tem como título: "As mamas da Floribela e o WC da Diana Chaves". Fantástico, não ???

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Star Wars

1,5ºC marcava o termómetro do carro. Não chegou aos 0º... but, who cares. Estava um frio do Catano na Serra da Estrela no dia 7 de Dezembro de 2008 pelas 15.oo. A minha Canon EoS450 estava literalmente congelada. Apesar de tudo ainda conseguiu sacar umas belas fotos. Esta, obviamente foi trabalhada, envelhecida e desfocada no meu iPhoto... Ficou interessante, razão pela qual eu a coloco aqui. Uma verdadeira Guerra das Estrelas. Agradeço à fotógrafa de serviço que manejou a Reflex como uma profissional... 

domingo, 14 de dezembro de 2008

Arte Inata

O Pai Natal Português da minha nenuca... Reparem na Bigodaça farfalhuda e preta deste espécime nacional... Qualquer semelhança com o Artur Jorge vestido de Pai-Natal é coicidência e fruto da imaginação de uma criança de 4 anos.
Aqui... Uma menina... Pelo menos foi assim que ela a viu.
Este belissímo desenho ilustrativo da época natalícia... Tenho ou não tenho razões para ser um pai babado...
Uma cobra gigante no fogo... Esta descrição do meu nenuco até a mim me assustou.
Este é um dos meus preferidos... A colecção de animais do meu nenuco... Gosto mesmo muito!

Esquerda Chic

Sim, sou de esquerda Chic... Porque acredito que todos deviam ter acesso ao que melhor existe nesta vida. Desde a cultura, passando pelas viagens, ao bom gosto do que o mundo actual nos pode trazer hoje. Infelizmente, é o mundo capitalista que leva a produção de bens essenciais para uns, supérfluos para outros. Apesar de tudo, considero que a democracia deve levar um abanão... Se é que existe uma verdadeira democracia? O sistema está obsoleto e a velha divisão entre esquerda, direita e centro não é mais do que uma ficção para entreter as massas. Mas como eu dizia sou de esquerda chic, porque me irritam os tipos penteadinhos da direita chic... Sou de esquerda chic porque tenho gostos caros (mea culpa, mea máxima culpa), embora defenda que esses produtos deveriam ser acessíveis ao comum dos mortais... Alguns são tão caros que me tenho de ficar pelas réplicas... E como eu adoro comprar réplicas, produtos de contrafacção... Para mim a contrafacção é a maior crítica social que se pode fazer ao consumismo desenfreado... É Senso do Humor no seu estado mais puro. Esta introdução pseudo-intelectual serviu só para deixar aqui um conjunto de marcas, ícones do consumismo desenfreado (do qual eu me quero alhear... mas não consigo) que me podem oferecer no Natal, sem pudores e tendo sempre em mente que eu sou de Esquerda... Chic... mas de Esquerda. Mas não sou o único!

Lista para o Pai Natal Trotskysta):

Apple: o novo MacBook de alumínio vinha mesmo a calhar... já que o meu MacBook branco já só tem 99% Health na sua bateria

Mercedes: Um CLK preto também não seria má ideia... Estou farto de andar num classe A todo riscado pela minha distracção constante na #$#%$#%&"#" da garagem...

Um novo LCD... B&O, seria ouro sobre azul

Um sistema de Home Cinema Bose mais avançado... com Dolby Surround 7.1! Ok... o meu fica-se pelo 5.1

Um A/C cá para casa que já estou fartinho destas diferenças de temperatura de quem vive no último andar

Perfumes: Black XS, D&G, L´eau de Issey, Angel, Boss... são várias as opções

Óculos: Prada... Nem ousem oferecer outros que não Prada... Ok... Tom Ford também se come

Fatos: Não uso... mas... Boss, Cerrutti, Tom Ford, Kenzo... 

Gangas: Boss, Kenzo, DKNY, D&G

Sweats: Moschino, Custo, Kenzo...

Relógios: Frank Muller, Zenith, Porsche Design... Várias as opções...

Máquinas Fotográficas: Canon ou Nikon... Reflex óbviamente

PS3, XBOX ou WII: Qualquer uma me faz feliz...

Starck... A espreguiçadeira Starck não era má ideia...

Enfim... Estou fartinho desta carta! Ofereçam-me caracóis que eu já fico contente.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Seia. Serra da Estrela. Lapa dos Dinheiros... Great place!

Esculturas de A. Pedro Correia na sala de jantar da Casa da Lapa, na Lapa dos Dinheiros... Belíssimo destino para turismo rural. A decoração é de um bom gosto extremo. As esculturas são deliciosas... www.lac.web.pt
No centro de Seia existe um antigo solar recuperado chamado "Espaço Ego"... Um sítio a não perder se forem para aqueles lados.
White Sea. A Serra da Estrela no seu manto branco esplendoroso.
Sabugueiro. A aldeia mais alta de Portugal... Lindo.
Perdido no meio do Sabugueiro... uma belissíma cabra... A seguir a foto tive que fugir a sete pés... Será verdade?

Fica aqui o pequeno exemplo do meu fim-de-semana na Serra da Estrela... Paisagens magníficas, Gastronomia de comer e chorar por mais, Simpatia genuína dos seus habitantes... e claro... óptima companhia. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Bodeguita del Medio

Ouço o "Brothers in Arms" dos Dire Straits em repetitivo. Olho para a estante e vejo ao longe os arquivos verdes da felicidade que já tive. Por vezes ponho em causa tudo o que já senti e não consigo vislumbrar um sentido para minha vida presente. As situações sucedem-se sem que eu dê conta. Na realidade não consigo ter objectivos bem definidos para tudo o que quero da vida. Quando se está no liceu anseia-se um curso e esforçamos-nos para tirar a melhor média possível. Depois surge o final da licenciatura sem que tivéssemos crescido o suficiente por dentro. A especialidade desejada ocorre-nos fruto de muito esforço... E depois o vazio. Já fiz muitas coisas em muito pouco tempo, mas na realidade sinto-me perdido no tempo. Os grandes objectivos desapareceram, quando o objectivo maior da felicidade esfuma-se nas rotinas em que perdemos o controlo. No atitude disfórica sinto-me distante de todos e de tudo. Não consigo perceber muito bem o que por cá ando a fazer. Tenho a perfeita noção que vivi demasiado intensamente em escasso tempo. Aos 33 anos já tenho dois filhos, um divórcio, uma carreira promissora, faço o que quero, quando quero... e no entanto, sinto-me completamente perdido neste mundo artificial que me rodeia. Na realidade não consigo entregar-me a ninguém, nem a mim mesmo. Raramente escrevo na primeira pessoa, mas hoje é o dia em que me apetece libertar um pouco a minha alma. Estas escritas são públicas e despudoradas, as íntimas, que já hoje escrevi guardo-as a sete chaves no meu Apple. Como já disse estive a rever os dossiers verdes da felicidade. Uma felicidade momentânea e curta mas que consigo recordar no brilho dos nossos olhos pelas ruas de Habana. Na realidade não se trata de personificar a pessoa que comigo viveu essa aventura, na realidade acredito que podia ter vivido a mesma felicidade com alguém em que eu tivesse projectado o mesmo ideal de mulher que construí na minha cabeça. Essa personagem fictícia que não existe para além dos meus neurónios temo que nunca mais renascerá... Sinto que nunca mais irei conseguir amar verdadeiramente. O muro de pedra gelada que construí à minha volta é demasiado alto para que consigas derreter com o teu calor. Não sei porque escrevo nem o que escrevo, na realidade as minhas palavras fluem quase directamente através das falanges automáticas. Na realidade quero flutuar 2 ou 3 segundos antes de me desfazer em mil pedaços no chão asfaltado a 15 andares da mesa onde escrevo estas palavras. Acendo um incenso de ópio e deixo-me levar pelo seu odor. Adormeço e acordo a sonhar com a musicalidade do teu olhar doce e terno... 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sem limites





Apesar de já ter postado estas fotos no "melhor blog da net" http://aturmadoespelho.blogspot.com, gostei tanto delas que resolvi também afixá-las no meu blogue pessoal. Porquê? Porque sim... - Porque sim não é resposta, porra. Tudo têm uma razão de existir. Apesar de não ser uma pessoa religiosa convencional tenho as minhas crenças e quero acreditar naquilo que quero acreditar... E na realidade acredito, não deixando no entanto de questionar. Era o que mais faltava deixar de questionar. 
Pela terceira vez esta semana estou de saída de banco... Consegui dormir 50% da mesma na minha caminha. Qualquer dia não conheço a cor dos lençois. Não obstante continuo a gostar de fazer bancos... Há tipos malucos não há? Ontem, os meus alunos foram ter comigo ao banco. Dar aulas é uma das grandes vantagens em trabalhar num Hospital Público Universitário... Apesar das remunerações miserabilistas que nos impingem continuo a acreditar piamente no Sistema Nacional de Saúde. Leccionar aulas práticas a jovens futuros médicos é para mim um desafio e um ganho pessoal... e também uma aprendizagem social, emocional e científica. Para além disso, projectar-me no papel deles é uma forma de eu tentar explicar e simplicar sem tornar simplista temas médicos que fazem parte da minha vivência. Naturalmente tenho os meus mestres como modelos e a forma como me foram tornando parte integrante dos seus conhecimentos e actuação clínica. Mas o mais importante é o meu regresso às origens e entender os alunos como colegas numa fase cronológica um bocadinho mais precoce. Por isto tudo, apesar de podre por mais um banco de 24 horas vou directo para a cama com um sorriso nos lábios (e não, não é o que estão a pensar!) porque me sinto bem entre inteligências vivas, frescas e com sentido crítico.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

momentos estáticos.

Faunas sobre mim. Playa del Carmen. México, há uns anitos atrás. Sempre gostei de bichos. Mas não de todos. Não sou assim tão eclético no que toca à bicheza. Na realidade odeio insectos voadores. Aliás, já passa para o conceito da fobia. Quando tenho abelhas à minha volta fujo sem olhar para trás... Uma vez ia-me espetando de carro à conta de uma Mr. Bee. Apesar de tudo adorei o filme "The Bee Movie". Tenho saudades dos tempos em que os Lagartos e os Papagaios se metiam comigo.
Estilo Indiana Jones no topo da pirâmide de Chinchiniza... Lamento, mas se ainda não foram lá nunca mais poderão ter uma foto desta amplitude. É que há coisa de 2 ou 3 anos, conta-se que caiu por lá uma alemã... e não ficou  para contar a estória. Mas acho que é mentira, na realidade os milhares de pessoas que subiam e desciam os seus degraus estavam a dar cabo daquilo que é tão somente património da humanidade. Estas pelo menos sobreviveram à destruição castelhana. ;)
Esta pérola do narcisismo foi captada pela minha priminha A., que para além de ser um borracho, é uma belíssima fotografia e dominou a minha Canon Eos 450D como uma princesa... Aliás ela é uma princesa.

Esta não conto... Se quiserem adivinhem... Assim como assim, já postei umas quantas no melhor blogue de fotografia da net... http://aturmadoespelho.blogspot.com
Gosto da perspectiva. Campo de Criptana, Rota do Dom Quixote, Terras de La Mancha, 2008.
Peço desculpa por ter alterado a ordem dos comentários. Mas eu sou assim, gosto de confundir as pessoas!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O Amor é Fodido, Miguel Esteves Cardoso

"Nascemos todos com vontade de amar. Ser amado é secundário. Prejudica o amor que muitas vezes o antecede. Um amor não pode pertencer a duas pessoas, por muito que o queiramos. Cada um tem o amor que tem, fora dele. É esse afastamento que nos magoa, que nos põe doidos, sempre à procura do eco que não vem. Os que vêm são bem-vindos, às vezes, mas não são os que queremos. Quando somos honestos, ou estamos apaixonados, é apenas um que se pretende. Tenho a certeza que não se pode ter o que se ama. Ser amado não corresponde jamais ao amor que temo, porque não nos pertence. Por isso escrevemos romances - porque ninguém acredita neles, excepto quem os escrevew. Viver é outra coisa. Amar e ser amado distrai-nos irremediavelmente. O amor apouca-se e perde-se quando se dá aos dias e às pessoas. Traduz-se e deixa ser o que é. Só na solidão permanece..."

Adoro o pensamento do MEC, sempre adorei. Apesar de no início me irritar a sua vertente direita, de facto acho que no fundo sempre foi um homem de esquerda. Algo que veio a assumir há relativamente pouco tempo. Diz ele que virou à esquerda, eu acho que nunca tinha estado na direita, foram somente as más companhias. Sempre gostei do que ele escreve, mais do que fala. Era fã na minha adolescência da defunta revista K, para mim um marco naquilo que de melhor  se publicou em Portugal. Deixo aqui um excerto do Amor é Fodido. Um livro que já li, mas infelizmente não tenho... Pode ser que alguém me o ofereça entretanto.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Desilusão


Cada vez mais compreendo as pessoas que são duras, frias, impenetráveis e distantes. Na realidade cada vez me convenço mais que são elas a ter razão. Quando, de uma forma natural,  se é genuíno, quente, despretencioso e de relacionamento fácil mais os outros têm tendência para ultrapassar os limites do bom senso. Há duas ou três frases-chavões com as quais eu não posso deixar de concordar. As coisas só correm mal quando nós nos pomos a jeito e se não nos pomos a pau eles sobem por nós acima e fazem por nós abaixo... Esta última, especialmente, é de uma inteligência e perspicácia porque é realmente isto que acontece...
Na minha vida tenho tido alguma dificuldade em impôr limites às pessoas... seja em relacionamentos amorosos, de amizade e mesmo profissionais... O que me tem trazido alguns dissabores. No entanto tenho a perfeita noção que não consigo mudar esta minha personalidade (superficialmente) adolescente... Quando mais eu penso que estou a ser transparente mais os outros perdem o respeito e deixam de me levar a sério. Quando na realidade eu sinto não me merecer que não me levem a sério. Sinto-me às vezes um verdadeiro "Santana Lopes"... o que não é nada abonatório a meu favor. Excepto a parte das gajas... Sim, porque sucesso entre as gajas não lhe falta. Percebem o que eu quero dizer... Lá estou eu a avacalhar a minha reflexão. Por isto tudo sinto-me desiludido, não com os outros por subirem por mim acima... mas comigo mesmo por não impôr limites. Isso faz-me recordar que tentarei ser mais frio, distante e começar a dar menos confiança. Porque há sempre quem não mereça.

domingo, 16 de novembro de 2008

Daguerreótipos

Linda. Costa Vicentina. Inverno de 2006. 
Passagem de ano de 2007
Ponte sobre o Tejo. Adoro esta foto. Secret place in Monsanto. Amo-te Lisboa.
"Twin Peaks", David Lynch. Facultat de Medicina, Barcelona
Las Ramblas. Cada vez com ambiente mais bizarro... Muito mesmo! Não por isto obviamente. ;)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Prioridades

Estou sentado na cama de um quarto de Hotel. Abro a janela e sinto os 5 graus nocturnos que envolvem Barcelona. Regresso a esta cidade donde sinto nunca ter partido. As razões que aqui me prendem são mais que muitas. Já aqui vivi momentos inesquecíveis... O meu filho Francisco é a prova viva. Ouço o "Oceano Pacífico" via WEB à medida que escrevo estas palavras. Elas fluem numa tentativa de aliviar o meu espírito envolto em arrependimento. Há momentos na vida de uma pessoa em que tudo parece desabar à nossa volta. Ocorrem-me quando sinto que me passo para o outro lado do razoável e trespasso os limites que a mim mesmo imponho. Cada vez mais considero que as crianças nunca se portam mal. Nós é que temos mais ou menos tolerância. Sinto-me destroçado por dentro. Zanguei-me com a minha filha Mafalda por uma asneira que ela fez... Isso não é dramático, faz parte do processo educacional zangarmos-nos com os nossos filhos. A forma como o fazemos é que pode ser mais ou menos adequada. Seja como fôr, cada vez que me zango com os meus filhos fico com um peso na consciência que me gela o coração. Ela compreendeu que tinha errado. Pediu-me desculpas, que imediatamente aceitei, mas mais importante do que pedir desculpas é uma criança perceber porque é que está a pedir desculpas - e ela soube exactamente onde tinha errado. Escrevo estas palavras porque hoje quando falei com os meus nenucos ao telefone senti na vozinha da Mafalda uma tristeza inconsolável, só comparável com a tristeza inconsolável que eu também sinto... E isso faz-me pensar nas prioridades que coloco na minha vida e em tudo o que eu gostaria de mudar no meu relacionamento com os outros... Porque, em última instância, tudo se resume no nosso relacionamento com os outros. De um momento para outro uma pessoa parte para o desconhecido e ficam enciclopédias de coisas por dizer, por fazer, por mudar, por sentir... e tudo deixa de fazer sentido. Vou voltar para a minha cama... ou melhor para a cama do Hotel quando na realidade queria era estar numa tenda beduína no meio do Sahara... é assim que me sinto, perdido numa imensidão de areia gelada nocturna onde os escorpiões andam a minha volta à espera do momento oportuno... E no entanto também eu errei... E por isso me arrependo.

sábado, 1 de novembro de 2008

Tempo

É assustadora a forma como o tempo se esvai por entre os nossos dedos. Que sociedade é esta que nós estamos a criar ? E que legado vamos deixar para os nossos filhos? 
Apesar da esperança média de vida aumentar 1 minuto a cada minuto que passa, o facto é que cada vez vivemos menos. O tempo é realmente relativo. A velocidade que nos impomos a nós mesmos no mundo actual diminui-nos o tempo de vida, embora vivamos mais... Não sei se me conseguem compreender. Eu próprio não compreendo como as semanas chegam ao fim como se de um salto em comprimento se tratasse. É assustador. As segundas-feiras já não me deixam mal-disposto. Nos intervalos dos sonos rapidamente chego a próximo fim-de-semana. Tenho um ritmo que não pedi a ninguém. A minha vontade começa a ser fugir para alguma oásis onde o tempo passasse como antigamente. Acordo em stress para despachar os miúdos para ir para a escola e chegar a tempo ao hospital de forma a marcar a hora de entrada com controlo digital dentro do horário por mim definido. A hora de entrada tem que bater certo, já a de saída é uma incógnita e ninguém me paga mais por isso. Saio a correr do Hospital para o consultório para ao fim-da-tarde ir buscar novamente os rebentos e vir a correr para casa fazer trabalhos de casa e preparar o jantar. Entretanto saio a correr para os ir levar à mãe de forma a que não se deitem depois das 21.30. No dia seguinte estou de banco de 24h... frequentemente sem saída de banco no dia seguinte. Chego a casa à tarde onde me deito (um luxo) durante a tarde... isto quando não tenho consultório à tarde. A meio da semana o meu estado de zombie haitiano agrava-se... Quinta-feira é seguramente o pior dia. O dia after-after-day é aquele em que só me apetece meter-me nos meus lençois e babar em cima da almofada... Mas não me deixam. Sexta-feira another day of work... E rapidamente a semana chegou ao fim. Sem cinemas, sem leituras, sem televisão, o tempo (escasso) livre que tenho serve para estudar e programar a minha vida futura. Mas que porra de vida esta. Posto isto, naturalmente que os meus escapes são as viagens onde frequentemente me recuso a transportar um relógio por mais elegante que seja. Foda-se. Já estamos no Natal e ainda agora estou a acabar de desembrulhar os milhentos pijamas, boxers e meias que me ofereceram há 1 ano atrás. Ano esse que mais pareceram 2 ou 3 meses. Algo de muito errado se está a passar connosco e com a sociedade hipertiroideia que estamos alegremente a desenvolver. Qualquer dia morro de AVC, EAM, acidente de viação ou qualquer outra merda que me ponha termo à vida (Neo do pulmão por exemplo) e esta pouco significado teve... É fodido não é.

sábado, 25 de outubro de 2008

Swimming Pool

Mergulho.
Reflexão.
Autoretrato. 

De manhã, embora a custo, levantei-me cedo para ir à Natação com as minhas crias. Sazonalmente saco-lhes umas fotos na natação... desde os 6 meses de idade. É impressionante como nos sentimos dentro de água, um regresso às origens... Fiquei emocionado por ver a alegria que transbordam mas sobretudo porque a minha memória de evocação esteve ao rubro. O meu filho F. nadou todo o tempo com uma menina que já não anda no seu colégio, mas mantêm contacto através do Clube de Natação... Metia-se pelos olhos dentro o carinho com que ela o agarrava... Esses sentimentos puros e inocentes só se vivem em fases muito precoces da nossa vida. Recordei a minha primeira paixão no infantário, que deve ter sido muito forte para o facto de ainda hoje me lembrar daqueles olhos verdes e inocentes que me fintavam até adormecer a sesta em grupo (como só se faz nos infantários)... Depois disso vieram mais 3 ou 4 paixões ao longo da minha vida! Penso que atingi o limite aceitável de paixões on a life time. Escusado será dizer que as mais fortes foram as completamente platónicas e não correspondidas. É curioso que os sentimentos mais possessivos em relação aos outros revelam-se normalmente quando não os temos. Só se ama aquilo que nunca se tem verdadeiramente... Continua a ser uma realidade.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mixed Up.

O circo acabou. Acabou porque tinha que acabar. Nunca gostei de circo... nem em miúdo. Palhaços... nem vê-los, sempre com aquele ar anencéfalo, a fazerem palhaçadas tristes sem gracinha nenhuma onde o humor máximo era arremessarem tartes de chantilly e agredirem-se mutuamente com chapadas sonoras dos pés no soalho. O circo realmente acabou... porque tinha que acabar. A certidão de óbito já estava há muito passada, desde a altura em que comprámos os bilhetes e sentamos-nos nas bancos corredios de madeira bichada... Tu não tens jeito para trapezista e eu sempre odiei ser palhaço... Embora frequentemente o seja, contra a minha vontade...
Mas fico de mão e pés atados perante as evidências. É mais forte do que nós. Tu com as tuas redes aracnófilas de viúva negra e eu envolto pela Grande Muralha da China. 
Este foi o momento em que te passaste de vez para o lado oculto da minha mente... Quero-te eliminar de todos os bancos de memória conscientes. É difícil, eu sei, as presenças tornam-se hábitos, especialmente quando gostamos de alguém. Mas há certos limites que já não me atrevo a deixar trespassa-los. Thats life. A vida é feita de opções, uma roleta russa emocional... Cada um faz as suas... e quem quer dá-la... dá-la!
Regresso ao DarkSide na certeza que afogarei as mágoas em Vodka e Bolachas Maria... É pena não gostar de beber (pouco! :) ) e estar em regime dietético (a Tempo!). I hope you get the best you can find.