sexta-feira, 27 de julho de 2007

Boicote ao "HAWAY"


O nosso país está cheio de pérolas. Quem tem o hábito de sair à noite certamente já se deparou com as frustações dos porteiros das discotecas armados em parvos a seleccionar pessoas. Já me ocorreu ouvir os porteiros do Lux a pedirem a um grupo de miúdas 250€ para poderem entrar. Eram pessoas perfeitamente normais, sem o ar pseudo-intelectual de muitos dos habituées do Lux. Na altura, pareceu-me uma afronta. Especialmente, porque a mim (vá-se lá saber porquê!) nem sequer me pediram consumo mínimo. O truque é ir com uma sweat Versace, nem que seja da feira, para enganar os tipos. Sem me querer alargar, isto tudo para comentar uma notícia que ouvi hoje na rádio quando faziam a habitual revisão de imprensa. Esta referia-se à discriminação, o mais básica e cruel possível, de um grupo de deficientes que se encontravam numa colónia de férias e que resolveram disfrutar do convívio da noite como outro ser humano qualquer. Passou-se no bar "Haway" em Lisboa, que através de uma hipócrita manobra conseguiu expulsar o grupo das suas instalações com a desculpa de que o bar ia fechar. A ser verdade ( tendo ido confirmar a notícia ao jornal "Correio da Manhã"... um jornal que eu abomino) a única pergunta que fica no ar é "QUEM SÃO OS DEFICIENTES AQUI ?"... A resposta é mais do que óbvia. Quem se dá ao trabalho de arranjar uma artimanha tão mentecapta para expulsar seres humanos de um estabelecimento nocturno sem sequer ter a coragem de assumir a sua filosofia fascista, porque é disso que se trata, só pode ser deficiente. Pode ser que um dia eu seja lá proibido de entrar porque tenho déficit de acuidade visual - sou caixa de óculos desde os 5 anos... Fiquei verdadeiramente nauseado com a notícia e espero sinceramente que a monitora do grupo que só com a intervenção da PSP conseguiu ter acesso ao livro de reclamações não deixe cair este comportamento deficiente em saco rôto e vá até às últimas consequências. Eu, faço questão de nunca mais entrar nesse bar, que nem era muito do meu agrado... Assim, BOICOTE AO BAR HAWAY, por que as deficiências existem sobretudo na cabeça das pessoas (se é que se podem chamar assim).

La Mano Derecha



A minha mão direita em fundo negro. Podia ser o título de qualquer obra de arte conceptual para a o Museu Berardo. Mas não é, é simplesmente o título da minha mão direita. E eu que gosto mais de usar a esquerda. Como em tudo na vida, prefiro a esquerda, o reverso da medalha, o negativo das fotografias... Gosto de estar por trás do espelho a observar-vos enquanto se penteiam, espremem borbulhas, espreitam as gargantas inflamadas, fazem caretas, colocam ares sedutores, lavam os dentes, pintam os olhos... Gosto de vos ver a terem sete anos de azar. Eu próprio já parti um espelho. Do lado certo... Aliás, já parti mais do que um espelho, se os retrovisores contarem. Já tenho pelo menos 21 anos de azar.



Ontem comprei uma máquina Nespresso. A minha Krups manual pifou de vez. Eu até gostava do ritual de comprar café em grão, moê-lo, fazer misturas das diferentes robustas e arábicas, mas a verdade é que dava muito trabalhinho. Já tinha experimentado Nespressos algumas vezes, sobretudo em congressos, onde nos estaminés dos laboratórios há sempre uma nespresso em hiperactividade. Tenho imensos amigos que só faziam boa publicidade ao sistema. Lá acabei por ceder. A verdade é que a coisa é viciante. O café é óptimo, faz-se num instante, não suja nada... Um luxo. Á conta disso encomendei 250 cartuchos de café... Hoje já bebi para aí uns 5. Estou cá com um speed. O meu descontrolo para as coisas boas da vida é impressionante. Ainda bem que nunca me deu para me meter na droga, se não hoje era arrumador. Pelo menos não pagava impostos e ganhava tanto como ganho. Whatever. Vou beber um cafézito "Roma". Ai ai ai. Que já estou com palpitações.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Big Brother: PERSONALIDADES BORDERLINE.





Não foi com grande espanto que ouvi logo de manhã a notícia, dada de forma humorística pelo Sr. Nuno Markl, que mais um concorrente do Big Brother foi detido pela GNR. Não sei de quem se trata, aliás a única série do Big Brother que vi foi a primeira, mas pelos vistos corresponde a um pasteleiro chamado Bruno, que agora é suspeito de assalto á mão armada, car-jacking, favorecimento de prostituição, tráfico de armas, etc... O que à partida não faz pensar tratar-se de um tipo calmo. Já o outro concorrente, que salvo erro até chegou a editar um livro (que país este...) também foi acusado de assalto á mão armada - outro tipo calmo. Claro que no seguimento recordei-me da violência verbal e física que caracterizava o tipo que quase fez a Sónia levantar voo, impunemente penso eu... a moça nunca chegou a apresentar queixa, de facto, nem precisava, uma vez que se tratou de um crime público, transmitido em directo para milhares de pessoas... e que passou impunemente (que país este...).
Tendo em conta que a Endemol, a produtora do programa, realizou intensivos castings com avaliações de perfis psicológicos para seleccionar os concorrentes para o Big Brother, só posso chegar à conclusão que o objectivo era ter reunidos na mesma casa tipos borderline espumando agressividade pelos cantos da boca. Assim, só me espanto o facto daquilo nunca ter dado molho a sério e o mais adrenérgico que existiu foi a coça que a pobre da Sónia apanhou. Aparentemente, pelo menos dois dos tipos seleccionados apresentam níveis de perigosidade importantes... Se calhar seria boa ideia a Endemol começar a fazer castings para sabermos a quem se devem aplicar atitudes profiláticas... Big Brother is watching you.

sábado, 21 de julho de 2007

1000


Olá meus amigos. Ultrapassámos a barreira psicológica dos 1000. Fiquei impressionado com o número de pessoas que já vieram ao meu blogue. Comprovam-se assim a falta de sanidade mental e excesso de tempo de cerca de 1013 pessoas que perderam o seu tempo a ler as minhas trivialidades. De qualquer maneira "de médico e de louco todos temos um pouco". Confesso que a cereja em cima do bolo seria as pessoas colocarem mais comentários... decentes, com nível, repletos de educação... à antiga portanto. Just Kidding. Podem dizer as merdas que quiserem, depois eu decido se publico ou não. Apesar da minha boa vontade, a realidade é que não me apetece ter o meu blogue pessoal, com a minha carantonha escarrapachada, a ser alvo de mensagens obscenas... Assim, liberdade de expressão mas para quem assume os comentários e não se refugia atrás do anonimato. Democracia só depois de eu ler o comentário (uhm, cheira-me a censura)... Assim pelo menos está coerente com a quantidade de atentados à liberdade individual que se tem verificado no nosso país.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Gostos e Desgostos


Então é assim. Gostos e Desgostos:
- Detesto abusos de confiança;
- Odeio arrogância e prepotência;
- Não gosto de complexados, daqueles de inferioridade, que os leva precisamente a agir de forma inversa, como se fossem superiores;
- Detesto peixe-espada;
- Irritam-me algumas caixas no Continente que me obrigam a tirar as compras de dentro do cesto;
- Adoro as caixas do Pingo Doce, que para além das tirarem dentro do cesto, arrumam-nos nos sacos de plástico;
- Gosto de pessoas sinceras e frontais;
- Gosto de piadas secas; Adoro non-sense;
- Detesto Bela Bartok
- Odeio pulgas, mosquitos, melgas, aranhiços e toda a panóplia de bichos que deixem babas no corpo;
- Detesto sentir-me cansado;
- Detesto fazer algo errado ou não conseguir fazer algo a que me proponho;
- Não suporto injustiças;
- Fico muito triste quando sinto que sou a segunda escolha;
- Odeio o Algarve em Agosto
- Irritam-me as escolinhas dos miúdos fecharem em Agosto obrigando-me a tirar férias em Agosto;
- Adoro o Seinfeld, X-Files, Batman, Quentin Tarantino, U2, Jazz e fast-food às vezes;
- Adoro tudo o que seja electronico;
- Adoro o Matrix
- Amo os Apple Macintosh
- Deteste a Microsoft, o windows e consequentemente tudo o que seja PC
- Irrita-me pessoas que falam sem conhecimento de causa
- Detesto hipocrisias
- Abomino falta de liberdade, sobretudo a de expressão;
- Sou fã da visão; aliás fiquei assustado com a visão desta semana;
- Tenho medo dos abusos de autoridade;
- Tenho medo de pessoas manipuladoras;
- Tenho medo das pessoas com medo;
- Adoro conduzir depressa; So acordo acima dos 150 km/h;
- Adoro mercedes;
- Adoro porsche;
- Adoro produtos de contrafacção e tudo o que seja cópia pirata;
- Adorava rádios-piratas;
- Adoro pessoais liberais e livres de espírito;
- Detesto Ice Tea
- Detesto açucar no café
- Adoro fumar
- Adoro viajar
- Adoro rir
- Adoro dizer disparates
- Adoro fazer os outros rirem
- Amo os meus amigos, poucos mas bons
- Adoro BD
- Adoro Lagos
- Adoro relogios e perfumes
- Ja sei que ninguem vai ler isto
- Sao linhas a mais
- Foi de proposito
- Adoro sexo
- Aliás, quem não gosta, se até os insectos gostam
- Ok, os organismos unicelulares não gostam.
- Adoro agua com gas
- Adoro filosofia e matematica
- Detesto os portugueses a conduzir
- Detesto o provincianismo nacional
- Detesto o facilitismo e o nacional-porreirismo
- Detesto cunhas
- Detesto faltas de profissionalismo
- Detesto 80% dos nossos políticos
- Adoro spaghetti bolognese
- Adoro marisco
- Adoro carne
- e sexo
- Adoro vinho tinto alentejano
- Cerveja Hoogardeen
- Adoro sair a noite
- Irrita-me desperdiçar o fim-de-semana inteiro quando saio a noite
- Adoro dormir
- Detesto necessitar tantas horas para dormir
- Adoro mulheres mais velhas
- Mas também gosto de algumas mulheres mais novas
- Adoro mulheres charmosas
- Adoro mulheres sensuais
- Adoro mulheres inteligentes
- Adoro mulheres bem-sucedidas profissionalmente
- Adoro Medicina
- Detesto as ideias de direita conservadora
- Acredito que cada um sabe o que é melhor para si
- Detesto brigadas de trânsito
- Detesto polícias acabados de formar
- Adoro polícias já experientes e respeitadores do cidadão
- Adorei ser oficial da marinha, ainda que por pouco tempo
- Adoro ervilhas com ovos e comida portuguesa em geral
- Detesto telemoveis da Optimus
- Detesto a PT, EDP e tudo o que sejam empresas monopolistas
- Adoro viajar
- Adoro Barcelona
- Detesto ser enganado
- Detesto porteiros idiotas de discotecas

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Raios partam as pulgas.



Este parasita horroroso que veem na foto é um dos meus piores inimigos. A minha propensão para apanhar pulgas onde quer que seja é quase canina. Isto dá-me que pensar. Há quem relacione essa propensão com o facto de ter a pele branquíssima. Eu por outro lado penso que se trata simplesmente do bom gosto da população de pulgas com quem me cruzo ocasionalmente. Desde que iniciei a minha carreira profissional que frequentemente após (ou ainda no decurso dos serviços de urgência) me deparo com pruridos inexplicáveis e pápulas do tamanho de moedas de 50 cêntimos. Nunca mais me esqueço de um colega de cirurgia geral que andava nos SU com coleiras anti-pulga nos tornozelos... estou a pensar seriamente a fazer o mesmo... não fosse já o facto das minhas socas cirúrgicas terem um cor que não passa despercebida não me apetecia acrescentar-lhes mais umas coloridas pulseiras de pé Eukanuba. Seja como for, chegada esta altura do ano e a minha tortura começa. Isto só me ocorre contar-vos porque como estou de saída de banco, um banco de urgência daqueles pesados e trabalhosos, e no par de horas que consegui descansar em 24 horas foi literalmente atacado por um grupo de pulgas sanguinárias... Estou desperado com as babas e o comichão que me fustiga os braços e parte do tronco... Raios as partam.
Mas não se pense que é só no decurso dos serviços de urgência que eu apanho pulgas... Aliás, eu espantar-me-ia era se não as apanhasse durante um banco... é quase natural, com a quantidade de pessoas que se observam por dia. Mas, como eu dizia, ainda me recordo de em 2003 ter ido assistir a um concerto da orquestra metropolitana da Finlândia, inserida no ciclo das grandes orquestras da Gulbenkian, interpretando Bela Bartok, rodeado de senhoras e senhores finos, chiques, pseudo-finos e pseudo-chiques e ter apanhado um carradão de pulgas que me atacaram literalmente a meio do concerto... ia morrendo... A partir daí fiquei a odiar Bartok... Só de ouvir fico cheio de comichão. Bem, por agora vou-me despedir e tratar de fazer o jantar para as crias.

sábado, 14 de julho de 2007

I love Macintosh


Hoje foi um dia social. Não fiz nada do que tinha programado em termos de produção intelectual. Almoçei com os papás, mana e sobrinha, vim à tarde para casa para estudar mas acabei por dormir una siesta... vi o 5º episódio dos X-Files 1ª série... e fui jantar a um restaurante fantástico, que não conhecia, chamado "Adega das Gravatas", ali para os lados de Carnide. Cinco estrelas... As entradas fantásticas, a vinhaça óptima, o naco de novilho na pedra fantástico e a sobremesa de chorar por mais. Foi um jantar de homens... só disparates à mesa portanto. Infelizmente amanhã é dia de trabalho, senão era mesmo com eles que eu ia para o bairro alto. Mas, sou um homem responsável... Ás vezes de mais.
Bom, como podem constantar a fotografia do meu MacBook não tem nada a ver com o resto do texto. Mas também nem sempre temos que ser coerentes. Seja como fôr foi só para vos mostrar o terminal onde eu costumo escrever estas coisitas. É lindo não é. Adoro tudo o que venha da Apple... Sou um fã incondicional... Estou ansioso por meter as mãos no iPhone.
Enfim, achei que devia dizer isto e agora vou para o meu merecido descanso que amanhã é dia de festa grossa.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Hoje foi dia de festa.


Hoje foi dia de festa. Senti paz e serenidade. Estive em sintonia completa com as crias. Senti-os felizes e senti-me muito feliz. Perco-me nos seus olhos. Percorro cada milímetro cúbico das suas almas e inspiro-as. Faço parte deles assim como eles fazem parte de mim. Por eles faço tudo. Até ter que levar com o Noddy. Não suporto o Noddy... irrita-me aquela personagem asneirenta e sempre desculpável. As únicas personagens que acho piada são os vilões... os duendes. É impressionante como os criadores de desenhos animados são mais obscuros do que nós pensamos. Se olharem com atenção decerto descobrirão que um dos duendes tem todo o fenótipo de alcoólico, faces rosadas, pensamento lentificado e bochechas edemaciadas. O outro, no mínimo é heroínodependente, anorético, sulcos faciais e com ar de arrumador de carros. As outras personagens também são no mínimo bizarras... a ursa teresa, uma verdadeira ursa mimada; a macaca marta é insuportavelmente egoísta... Isto para dizer só muito amor me permitiria ver esta cambada do noddy e companhia quase diariamente.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Café Tropical


Ainda me recordo da primeira vez que entrei na FMUC - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Tinha ido a Coimbra com os meus pais para a formatura da minha irmã. Tinha 17 anos, a cara em obras, cabelos compridos, óculos redondos, calças de ganga coçadas, tennis All Star cremes (inicialmente eram brancos)... a t-shirt não me lembro. Só me recordo do ar crítico da minha irmã para os meus pais por terem permitido que o menino viesse vestido à adolescente... como se eu pudesse ser outra coisa qualquer. Aproveitámos a nossa estadia em Coimbra para ir entregar o certificado de robustez física e intelectual exigida nesse ano para o ingresso em Medicina na FMUC. Tudo aquilo me pareceu enorme e distante. A média do liceu não era problemática, mas faltavam ainda as provas específicas para a batalha final.
Já caloiro de Medicina fui com o meu pai tratar das papeladas todas para a matrícula do 1º ano. Cada vez que os via de capa e batina a olhar para mim imaginava o meu cabelo a cair aos pedaços como flocos de neve. Todos aqueles tipos me pareciam velhíssimos... Impunham respeito. Nada mais ridículo, quando descobri que alguns deles não passavam de semi-putos, ou seja, alunos do 2º ano, pouco mais velhos do que eu portanto.
Apesar de achar alguma piada ás praxes académicas saudáveis aquilo tudo após um certo tempo tornava-se um cadito obsessivo por parte dos praxistas... alguns verdadeiramente ridículos. Não vou dizer nomes, mas que tenha sido praxado em 1993 como eu fui decerto se recordará daquela figurinha por ali a meter medo... coisa que só dura uns parcos meses até a próxima queima. Mas enfim, este saudosismo todo para vos dizer que guardo belíssimas recordações de Coimbra. Grandes noitadas verdadeiramente tertulianas no café Tropical, o café mais de esquerda que alguma vez frequentei... e frequentei os seis anos da licenciatura. Todos as sextas-feiras santas e sabádos parava por ali à tarde a devorar o independente e o expresso. As noites, sempre com duas ou três mesas juntas, eram até ao términos, hora em que ia até à States... Que saudades tenho daquela fauna. A música, dificilmente encontrei lugar onde a música me desse tanta vontade de ter estilo, uac uac uac... Talvez o incógnito na calçada do combro em Lisboa se aproxime da States, mas a states foi um clássico do ambiente, punk, rockabilly, gótico e vanguarda dos anos 80/90 em Coimbra. Ainda me recordo dos então putos "Tédio Boys" ... Grandes noitadas uhm amigo Jerónimo... eh eh eh:) Mas quando era para estudar era para estudar...

Fuga. Mylene.


Fuga. Salto de dentro do código de barras. Deixo de ser mais um número. Humanizo-me. Esperneio. Grito. Anseio pela liberdade que deixo escorrer entre os dedos. Limpo a areia molhada dos pés. Mergulho. Desligo-me do mundo. Mais uma vez flutuo no mar cizento. Percorro a mente como se de um passador se tratasse. Separo as memórias por caixinhas. Arquivo-me perante as evidências. Desligo a luz e adormeço ao som de Mylene.

Descobri a Mylene. Promissora. A voz é de uma doçura terna. Canta as músicas de Madredeus com a sonoridade da música brasileira. A não perder. Adormeço ao seu som. Parece-me um bom epílogo para terminar mais um dia.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Black Old Sun


O eclipse do Sol. Escondido. A luz esvai-se, deixando sobressair pequenos rasgos de fogo nos seus limites. Toda a sua essência na obscuridade. A energia adormece anestesiada perdida no frio universo. O silêncio do escuro que o envolve. A sua metamorfose surpreende-me. A luz dá lugar às trevas.

domingo, 8 de julho de 2007

Globetrotter



A minha ansiedade aumenta há medida que o tempo escasseia para o merecido descanso de férias. Viajar sempre foi desde tenra idade a minha libertação. Podendo parecer um pouco arrogante e com um certo elitismo nunca me considerei turista. O termo viajante adapta-se melhor à minha pessoa. Gosto de entrar dentro da vida das pessoas nos locais onde viajo. Gosto de por momentos esquecer as minhas origens citadinas e ocidentais e deitar para trás das costas todo o materialismo ridículo que nos caracteriza. Preciso de viajar. Uma mania que nunca perdi foi a de ter a minha mala de viagens e mochila à porta da rua no hall de entrada. Como se de um bom presságio se tratasse. Estou naquele fase em que quero viajar sozinho. Sentir-me em liberdade. Flutuar e voar para longe de tudo o que me asfixia. Sempre respeitei o espaço dos outros. Acho que todos nós temos direito ao nosso pequeno esconderijo. Faço os possíveis por estimular nos meus filhos o respeito pelo espaço dos outros. Odeio prisões. Quando me começo a sentir encarcerado esperneio e fujo. E raramente volto atrás. Mesmo quando isso me provoca sofrimento. Saí de casa dos meus pais com 18 anos para ir estudar. Podia ter optado por uma Universidade perto de casa. Optei por Coimbra. Também por razões de tradição familiar, mas principalmente para me libertar. Para crescer, para respirar profundamente o sentido de estar por minha conta. Acabada a licenciatura, regressei a Lisboa, cidade que amo desde sempre, para iniciar a minha carreira profissional. Apesar de ser um viajante, adoro a minha casa... a verdadeira e a emprestada. Estas escritas sem nexo e fio condutor são fruto da minha libertação.
Esta foto tirei-a no México, na Riviera Maya, num lindo nascer do Sol. Que saudades tenho de viajar acompanhado mas em liberdade e isso tu proporcionavas-me. Quando fiz o meu interrail, com 23 anos, metade da volta à Europa foi sozinho. Por opção... A viagem á República Dominicana pela segunda vez no ano passado foi novamente em regime de independência total. Adorei. Senti-me livre. Mas não se pense que não me sinto livre acompanhado. Depende das companhias. Há pessoas das quais nunca tive necessidade de fugir simplesmente porque nunca me tentaram enclausurar. Estive no Brasil, Cuba, Caraíbas, etc etc sempre em liberdade. E nada se relaciona com o facto de gostar ou não gostar das pessoas. Relaciona-se com formas de estar na vida. Mas, porque muito que nos custe, ás vezes é necessário tomar decisões em que nos afastamos de pessoas de quem gostamos, mesmo sendo um processo doloroso... Mas a liberdade é para mim um valor fundamental do qual já me habituei há demasiados anos e do qual não prescindo.
Beijos. Hasta.