segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Love Love Love

Esta será seguramente a última entrada de 2013. Provavelmente a última entrada deste blog. Tudo tem um fim. Esgotei os recursos e a vontade de aqui escrever. Foi um diário que durou 7 anos, desde a minha vivência em Barcelona até à minha vida real em Lisboa. Foi um blogue, longe de estar bem escrito, mas que reflectiu os meus pensamentos, angústias, alegrias, tristezas, reflexões pessoais, gostos e sobretudo desgostos. E é precisamente por estes que termino este blogue. Tornei-me repetitivo acompanhando o maior desgosto amoroso que tive até hoje. Passei por várias relações, provoquei desgostos a pessoas que amei fruto da imaturidade, passei por paixões, vivenciei um divórcio, tive relações efémeras, outras mais sérias, não soube amar quem mais merecia e apaixonei-me por quem não devia. Mas a vida e os anos ensinam-nos. Tanta coisa mudaria se vivesse outra vez à sombra do passado. Até sempre.ou
PS: Irei manter hábitos de escrita... a new blog is going to born... Don't know when or how. :)

sábado, 21 de dezembro de 2013

Felicidade

É um lugarejo comum falar de felicidade. Ou da ausência dela. Será fácil definir felicidade? É um estado de plenitude, alegria, onde os pensamentos são invariavelmente bons. É um estado onde nos sentimos amados, queridos e convidados. A felicidade assenta na euforia, na boa-disposição, no sorriso, no rir até chorar. A felicidade torna-nos imortais. Quando estamos felizes a morte não existe, o sucesso é uma presença crónica, as pessoas cultivam a verdadeira amizade. Na felicidade não há mentiras, hipocrisias, cinismos, sacanices, angústias, depressões, prepotências, maus-tratos, faltas de educação e humilhações. Na felicidade não há seres humanos. Só a natureza pura pode ser verdadeiramente feliz. Não conseguimos ser invariavelmente felizes. Isso não seria normal. Podemos embebedarmo-nos diariamente ou fumar erva a toda a hora e sermos felizes artificialmente. Mas seria isso felicidade? Quando estamos felizes não há segundas-feiras negras, não há pessoas malformadas á nossa volta, não há tristezas, não nos sentimos irritados. Aceitamos as abstrusidades dos outros com um sorriso nos lábios. Não há medos. Sim, já fui feliz. Mas à medida que o tempo passa sinto-me cada vez mais distante do único objectivo de vida que realmente importa: Ser Feliz.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

11-12-13

Hoje aproveito o meu dia de folga para estudar, fazer pesquisa e continuar a escrever o meu projecto. Acordo, levanto a persiana e vejo o mar ao longe coberto por uma película cinzenta de nuvens como se de celofane se tratasse. Está frio na rua. Cá dentro, fruto dos euros a mais com que irei contribuir para o ordenado milionário do Sr. Mexia, a temperatura está agradável. Acordei envolto na luz violeta que deixei ligada a noite passada. Adormeci a ouvir um som novo do qual gostei muito. Pick a piper. Já me levantei, bebi um volutto, fumei um cigarro e troquei dois ou três sms perdidos nos meandros do iPhone. Tenho imensos planos para hoje, todos chatos. Ir ao banco, ir aos correios, ir comprar o almoço, não fazer que hoje é o meu dia de folga, comprar tabaco, ou não, a decisão de deixar de fumar (verdadeiramente) está cada vez mais presente no meu espírito. Não obstante, já tive tantas decisões presentes no meu espírito e que não se concretizaram. Tenho preguiça de me enfiar na banheira e tomar um duche. Terá que ser, não me quero tornar anti-social no banco, nos correios e quando for comprar o almoço. Mas estou tão quentinho com as minhas pantufas Tommy Hilfiger de penas que a indolência apodera-se de mim. Antes ainda tenho à volta de 20-30 artigos para sacar da net e espero por um telefonema de uma jornalista do público que comigo quer discutir uns assuntos. Isto tudo por que me lembrei que hoje é dia 11 de Dezembro de 2013, ou seja 11-12-13. Interessante a conjugação, será o único dia na minha vida deste género. Na realidade todos os dias, todas as horas, minutos, segundos, milésimas de segundo e por aí diante são ímpares. A vida, apesar de tudo é um círculo perfeito, onde tudo é ímpar. Só o início e o fim têm algo em comum: a inexistência do ser. Tudo o resto é vivido uma só vez. E por isso convém que se viva bem e com prazer cada momento. Mesmo os de tristeza e de frustração devem ser entendidos como momentos de emoção e ser vividos, não recalcados, não retraídos. Este dia de calendário bonito não é diferente de todos os outros. Aquilo que realmente importa é tentar levar a cabo os nossos projectos e empreendimentos. E por isso, vou-me enfiar na banheira e tomar duche para tratar rapidamente das coisas que me faltam. 11-12-13. Ja está.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Silence

O silêncio é uma resposta em si mesmo. O silêncio é um estado de limbo, de incerteza, de dor, de amor não correspondido. O silêncio magoa porque é a negação do próprio ser. A negação de tudo aquilo que foi vivido, de tudo aquilo que se quer viver. O silêncio é uma morte silenciosa, uma tortura dissimulada. O silêncio é frio, é cáustico, é amargo. O silêncio corroí a alma por dentro. É o confronto com a nossa insignificância. O silêncio é um turbilhão de sentimentos vis e cruéis. É uma faca que nos rasga perante as memórias que ficaram guardadas. É um sangrar lento e duradouro. O silêncio é a pior das armas contra quem nos amou. O silêncio é o desrespeito absoluto. O silêncio é a manutenção de uma esperança ligada á máquina. É a maldade no estado puro. O silêncio é a perseguição surda, é manter o outro algemado, manietado, imóvel. É a cegueira provocada, é transformação no homem-bolha. O silêncio é um grito de despero, que tem um fim: quando é a resposta em si mesmo. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

... but Love.

Cut-Off

E eis que cheguei ao cut-off que tinha definido no meu espírito. Frequentemente defino cut-offs gregorianos para determinado tipo de decisões. No dia tal começo a estudar, em certo dia deixo de fumar, naquele dia irei tratar das coisas para a próxima viagem e assim por diante. Marquei para mim mesmo o cut-off da não desistência, da esperança, da espera vã. Confesso que já nem sei bem o que esperaria. O que sei é que atingi o cut-off que defini no meu espírito. E contra isso não há nada a fazer. Ironicamente, ouço Muse - Live Rome Olympic Stadium. Ao longe ouvem-se palavras em italiano. Dentro de 31 dias perfaz-se um ano de distância física, emocional e intelectual. Exceptuando as memórias tudo morreu. E o cut-off foi atingido. É difícil desligar-me da medicina baseada na evidência. Mas tudo aquilo que perdi é estatisticamente significativo. Tudo aquilo que ganhei também. O p inferior a 0.05. Somo cabelos brancos e rugas. O espírito continua igual, mas as cervicalgias, lombalgias, refluxo gasto-esofágico e insónias recordam-me que não posso parar no tempo. Devo ultrapassar as vicissitudes da tristeza e frustração. O ano chega ao fim e olhando para trás foi um ano de quase completa inutilidade deitado à rua. Estive amorfo e rotineiro. Mas cheguei ao cut-off e quanto a isso não há nada a fazer.