quinta-feira, 12 de julho de 2007
Café Tropical
Ainda me recordo da primeira vez que entrei na FMUC - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Tinha ido a Coimbra com os meus pais para a formatura da minha irmã. Tinha 17 anos, a cara em obras, cabelos compridos, óculos redondos, calças de ganga coçadas, tennis All Star cremes (inicialmente eram brancos)... a t-shirt não me lembro. Só me recordo do ar crítico da minha irmã para os meus pais por terem permitido que o menino viesse vestido à adolescente... como se eu pudesse ser outra coisa qualquer. Aproveitámos a nossa estadia em Coimbra para ir entregar o certificado de robustez física e intelectual exigida nesse ano para o ingresso em Medicina na FMUC. Tudo aquilo me pareceu enorme e distante. A média do liceu não era problemática, mas faltavam ainda as provas específicas para a batalha final.
Já caloiro de Medicina fui com o meu pai tratar das papeladas todas para a matrícula do 1º ano. Cada vez que os via de capa e batina a olhar para mim imaginava o meu cabelo a cair aos pedaços como flocos de neve. Todos aqueles tipos me pareciam velhíssimos... Impunham respeito. Nada mais ridículo, quando descobri que alguns deles não passavam de semi-putos, ou seja, alunos do 2º ano, pouco mais velhos do que eu portanto.
Apesar de achar alguma piada ás praxes académicas saudáveis aquilo tudo após um certo tempo tornava-se um cadito obsessivo por parte dos praxistas... alguns verdadeiramente ridículos. Não vou dizer nomes, mas que tenha sido praxado em 1993 como eu fui decerto se recordará daquela figurinha por ali a meter medo... coisa que só dura uns parcos meses até a próxima queima. Mas enfim, este saudosismo todo para vos dizer que guardo belíssimas recordações de Coimbra. Grandes noitadas verdadeiramente tertulianas no café Tropical, o café mais de esquerda que alguma vez frequentei... e frequentei os seis anos da licenciatura. Todos as sextas-feiras santas e sabádos parava por ali à tarde a devorar o independente e o expresso. As noites, sempre com duas ou três mesas juntas, eram até ao términos, hora em que ia até à States... Que saudades tenho daquela fauna. A música, dificilmente encontrei lugar onde a música me desse tanta vontade de ter estilo, uac uac uac... Talvez o incógnito na calçada do combro em Lisboa se aproxime da States, mas a states foi um clássico do ambiente, punk, rockabilly, gótico e vanguarda dos anos 80/90 em Coimbra. Ainda me recordo dos então putos "Tédio Boys" ... Grandes noitadas uhm amigo Jerónimo... eh eh eh:) Mas quando era para estudar era para estudar...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
lembro-me de te ver por lá.
ResponderEliminartambém tenho saudades.
o maluco