sábado, 2 de junho de 2007

Sem titulo. Que esto farto de rotular las cosas.


Esta placa fotografei-a, salvo erro, no Zoo de Lagos no Verão passado. A frase é, no mínimo, de uma sabedoria suprema e contudo simples na sua essência. Ficamos sensibilizados com muitas das citações semelhantes, karmas que nos enviam pela net, sabedorias de Dalai Lama etc etc etc mas na realidade a nossa orientação espiritual está mais virada para o materialismo que caracteriza a nossa sociedade. Deleitamos-nos com os mais variados objectos. Fixamos-nos nos ícones das marcas da moda. Sentimos-nos mais felizes por ter umas calças Dolce & Gabana ou Jean Paul Gaultier... e, so what, para quê. Quandos os verdadeiros valores da essência humana e da felicidade são cada vez mais distantes.
O passeig de Gracia è aqui em Barcelona a avenida chic cá do sítio. Encontram-se todas as lojas ultra-selectas, algumas com porta fechada e imbecilmente guardada por seguranças de castanho-amarelo da Prosegur. As mais emblemáticas, onde um tipo de calças de ganga e chinelos "havaianas" (9-15€ cá por estas bandas... e são da moda! As minhas custaram-se 3 € em Maceió, Pernambuco há 2 anos) são as Louis Vuitton, Channel, Carolina Herrera, Mont Blanc... Mas o que me dá realmente gozo são os emigrantes ilegais da África sub-Sahariana a venderem imitações perfeitas em frente a estas lojas. Eles têm o requinte de ter malas e carteiras Gucci expostas sobre uma espécie de cobertor limitado nas suas arestas por um fio. Assim que os mossos d´esquadra chegam, os tipos puxam o fio, a manta fecha-se sobre ela própria enquistanto as Louis Vuitton e eles correm passeig de Gracia abaixo num ritmo frenético.
Eu estou a morar perto do passeig de Gracia, zona ultra-chic de Barcelona, o que permite passear frequentemente nesta zona turística por excelência. O contraste faz-se sentir de um modo impressionante da Plaza Cataluna para baixo, onde as senhoras de caniche dão lugar as prostitutas ilegais, maioritariamente de raça negra, que abordam os possíveis clientes de uma forma como nunca vi em mais nenhum lugar do mundo. Agarram-nos literalmente, caminham ao seu lado. É brutal. A degradação humana no seu melhor. Aqui, os mossos d´esquadra são meros espectadores (!?).
Vou-me deitar un petit peu e preparar-me para ir jantar com os colegas estrangeiros que combinaram uma "Cena", tendo-me enviado um mail-convite. Hasta manana.
P.S: Hoje sinto-me triste (I wonder why?) pelo passeio cinzento Gracia acima; Espero que a "cena" melhore o meu estado de espírito.
P.SII: O horror de saudades que tenho dos meus filhos é uma experiência dramática... Segundo a mãe, a Malfalda passa a vida a brincar sozinha e a falar de mim, a falar do pai do coelhinho de peluche que está em Barcelona; O Francisco todos os dias pergunta quando é que o pai o vem buscar. Depois disto, as lágrimas escorreram-me face abaixo e o coração partiu-se em mil pedaços.

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