quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Unforgettable fire

Acabei de beber duas weissbier. Adoro. Se há cerveja que aprecio é a weissbier. Nunca estive no oktoberfest. Estive uma semana antes. Não obstante, quem lá esteve queixou-se do cheiro a gases de cerveja fermentada nos intestinos e demasiado barulho. Há cerca de um ano atrás estava a apanhar o voo para Munich para umas férias à ultima da hora decididas. Fiquei na casa de uma grande amiga minha que agora vive no Luxemburgo. Correu atrás do amor da vida dela. Parece-me bem. As pessoas quando amam verdadeiramente não devem desistir à primeira adversidade. Foi agradável estar em Munich. Ela trabalhava todo o dia e eu dediquei-me a conhecer a zona. Fui a neuschwanstein e a Salzburgo. Cidade interessante. Apanhei chuva que me fartei. Acabámos por passar um fim-de-semana os três em Ljubljana. Eu a aminha amiga e o recém-amigo colorido dela. Que entretanto foi para as urtigas. Essas férias foram inesperadas porque deviam ter sido passadas de outra maneira. Mas há imprevisibilidades que nos colocam noutros caminhos. Eu na Alemanha, Austria e Eslovénia e tu na Sicilia. São opções. Ficaste muito zangada por eu ter ido de férias. Não sei o que esperarias. Talvez que não saísse de Lisboa e me limitasse a ir às piscinas de Barcarena. Não o fiz. Mas confesso que apesar da companhia agradabilíssima da minha amiga a maior parte do tempo andei sozinho. E pensei em ti, em nós em cada passo que dava. Talvez o único momento em que andei mais distraído tenha sido em Lubjlana fruto das litradas de cerveja que os três emborcámos. Andar a viajar com um inglês é sempre arriscado. No sábado acabamos numa discoteca chamada Circus. E que de facto o era. Que noite de loucura. WTF. Apesar de estar a escrever estas superficialidades, o meu pensamento está em todo o lugar menos aqui. Na realidade está longe a pairar sobre ti. Mas decidi começar a controlar a tristeza e as saudades que em mim se abatem. Estou provavelmente mais sensível efeito do litro de weissbier que já bebi. Talvez não seja isso. Talvez seja eu mais uma vez a enganar-me a mim próprio. Resolvi voltar à psicanálise. Não consigo tirar o meu pensamento de ti, de nós, de tudo o que tivemos, de tudo o que perdi e de facto começa a ser impeditivo de voltar a viver. Nesse sentido, já nem as viagens reais ou virtuais aliviam a minha dor. De facto és um unforgettable fire.

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