sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sons de Violino no Telhado

Cheguei a casa e cansado deitei-me no sofá de pele. Está calor e este cola-se ao corpo. É uma sensação desagradável no inicio mas depois de o aquecermos ficamos envolvidos no sofá ternurento. Adoro o meu sofá. Não sou grande adepto de devoções a objectos, mas este é aquele que me atura nos dias de cansaço extremo. As minhas lamúrias são ouvidas por ele sem estrebuchar. O meu sofá é meu amigo. E frequentemente cá em casa a minha única companhia. Ele e o meu sistema de hifi bose. O Olive 3 HD apesar de ter uma boa memória e ter guardadas quase 4000 músicas anda-me a pregar partidas. De um momento para o outro decidiu que não engolia mais CDs e deixou-me pendurado. Voltei às pilhas de CDs como se de torres instáveis gémeas se tratassem. Cheguei a casa, acendi um cigarro e bebi uma weissbier. Afinal é sexta-feira. E, enquanto espero por um casal amigo para irmos atacar umas sapateiras para os lados de Algés resolvi novamente nadar no meu sofá, italiano, cinzento-tabaco e ouvir música. De repente ouço sons de violino no telhado. Alguém arranha nas cordas sem dó nem piedade, dos meus ouvidos. É uma das desvantagens de se viver no último andar. Os vizinhos que estendem roupa passam pela minha porta aos Sábados de manhã, as infiltrações fruto das construções de merda que se fazem em Portugal e os sons de violino no telhado. Não os pedi, mas eles lá estão. Raios partam a miúda que não toca um caralho. E eu que só sentia borboletas no estômago, agora tenho que comer com sons de violino no telhado. 

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