terça-feira, 8 de outubro de 2013

Obsession. Obsession. Obsession. Obsession.

Saio de casa à tua procura. Deixo as chaves do carro em casa. Propositadamente. As nuvens baixas observam-me. Sinto um frio agradável na face. Acendo um cigarro. Não consigo distinguir os vultos que me contornam... WTF. Sem grande pachorra para a petulância daqueles que não sabem escrever mas tentam-no. Wannabes. E assim interrompo este texto. Saio de casa à procura todos os dias. Com ou sem advérbios de modo. Quando vou na estrada e vejo um carro prateado igual ao teu dou comigo a tentar relembrar a tua matrícula. Não vejo muito bem ao longe. Todas as miúdas giras de cabelo comprido sentadas ao volante podem corresponder à tua pessoa. Mas não são. Desilusões em cima de desilusões. Não mais te encontrei. Quando saio à noite com os amigos maço-os com o meu discurso repetitivo. A sensação de que um dia irei encontrar-te acompanhada não me abandona. E vejo-me nesse dia de facto a vomitar-me todo sem me conseguir controlar. Com ou sem álcool. Com um bocado de sorte vomito-te os sapatos. Nada que não me tivesses feito em pleno Príncipe Real. Nessa altura ainda me amavas. Estavas péssima nessa noite. Quem manda beber sangria rasca no bar dos Erasmus. Pus-te os dedos à boca para purgares a toxicidade que acumulaste no estômago. Só duas pessoas até hoje tiveram esse previlégio. Um dos meus melhores amigos que nos tempos de Coimbra exagerou na queima. Recorda esse dia fatídico em que em 1997 também o purguei em frente ao Banco de Portugal na baixa de Coimbra. Sujou-me a capa e batina toda. Desgraça. De facto o tempo vai passando e vamos mantendo as nossas memórias bem vivas dentro de nós. Distorcidas como todas as memórias. Nada de aquilo que aqui descrevo se terá passado exactamente assim. Mas é assim que hoje recordo. Vivemos todos numa amálgama de cogumelos mágicos e space cakes. Nada é o que parece. As luzes, as cores, os sons, os momentos, as conversas, os pensamentos. Tudo é distorcido. Nada é verdadeiramente real. Nem eu saio de casa à tua procura. Mas todos os dias te procuro em vão. Hoje é o aniversário do Lux. Até tinha vontade de ir. Não me privo de sair por não ter companhia. Mas prefiro ter companhia. Não tomei as deligências necessárias para sair hoje. Amanhã fortuitamente não trabalho. Era ouro sobre azul. Mas também nada me faz muito sentido. Até nas borgas a rotina se instalou. Inicia-se um jantar aqui e ali. O café buenos aires é sempre uma boa opção. Como sempre 1/2 bife argentino e bebo sangria de espumante. Depois vou invariavelmente ao bairro. Bebo sempre uns copos de vinho a 5€ naquela enoteca da qual nunca recordo o nome. As donas giras e simpáticas. Passo sempre pelo Purex a caminho do Cais do Sodré. Antes ia ao Roterdão mas agora está fechado para remodelação. E depois Lux. Outras vezes o caminho leva-me até ao incógnito. Não gosto de variar na noite. Detesto aqueles sítios comerciais tipo meninos do rio. Abomino. Em tempos ia ao BBC. Nunca mais lá pus os pés. Não me dizem nada aquelas pessoas. Na realidade a noite já não me diz muito. Gosto de sair na esperança de te reencontrar. Sei que isso não vai acontecer. Ou quando acontecer vou-me vomitar porque virás acompanhada. E eu não vou aguentar. A minha obsessão mantêm-se de tal forma que dificilmente escrevo doutras coisas. De tal forma que já nem as pessoas aguentam vir a este blog ler o que quer que seja. Prometo que vou escrever sobre outros temas. Prometo. Vou tentar. Como vou tentar esquecer-te. 

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