Há um dia em que após o limbo ligamos novamente os radares. Inesperadamente começamos a observar o mundo que nos rodeia. Reparamos em pormenores antes despercebidos. Damos por nós a não desligar quando isso era rotina. Olhamos e começamos novamente a desejar. Há um dia em que as nuvens carregadas se afastam e sentimos trocas de olhares, trocas de afectos. É sempre imprevisível a sua ocorrência. Passaram-se meses de dor e saudade. Os conselhos dados implicavam sempre reactivar os radares, os olhares, desaparecer desse mundo autista que parecia o único existente. Acabou-se a anestesia. Costuma acontecer na primavera. A mim aconteceu-me hoje. Coincidência. Talvez não. O mês de Outubro sempre foi um mês de viragem nos caminhos tortuosos da minha vida. Liguei novamente os radares e tento encontrar o meu caminho onde podes ou não estar. Mas paulatinamente vão-se desvanecendo as memórias impostas. Talvez reaprenda a amar.
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