Correu bem o jantar. É sempre um prazer estar rodeado, mais do que colegas, por amigos. Alguém definiu as nossas conversas como surreais. E são-no de facto. Acho que os médicos de outros especialidades ficam sempre algo perturbados quando se sentam à mesa com ginecologistas. Talvez com urologistas seja semelhante. Porém, sem tanta piada. Bebemos um vinho fantástico, que agora não me ocorre o nome, do Douro. Eu habitualmente, sem ser grande conhecedor, aprecio vinhos Alentejanos. Se forem estrangeiros, no mínimo Bordeaux. Mas este era de facto fabuloso. Foi-nos recomendado por alguém que diz que não bebe. Excepto este vinho. A noite ficou-se pelo jantar. Regressei a casa quase às duas da manhã e com vontade de aterrar na cama. Não passei do sofá. As vezes em que eu durmo no sofá são quase tantas como as que durmo na cama. Contando com as noites que pernoito fora, no Hospital bem entendido, passam-se noites em que a minha almofada não me reconhece. Tenho tido algumas insónias, pouco habituais, nos últimos dias. Mas na noite anterior teria dormido umas 3-4 horas no máximo e passei o dia a trabalhar. A resistência humana tem limites. Não consigo entender os workaholics. Morre-se e pronto. E depois, o que ficou, os jantares por fazer, as risadas por dar, as quecas por mandar, os concertos por ouvir, os cigarros por fumar, as viagens por fazer, os filmes por ver, os livros por ler, as músicas por desfrutar e por aí adiante.
Apesar de este fim-de-semana os miúdos estarem com a mãe, vou buscá-los para ir a festa de anos da filhota de uma das minhas melhores amigas. One of the reasons that i am the world´s greatest DAD. Cada minuto com os meus filhos é um minuto ímpar e inesquecível na minha vida. Mesmo quando me zango com eles. Rapidamente me desarmam. São umas criaturas adoráveis. Espero que se transformem em adultos igualmente bem-formados e sobretudo melhores do que eu. É para isso que serve a educação, para que os nossos filhos nos suplantem em tudo. Afinal alguém vai ter que pagar a minha reforma, já que o estado...
PS: Texto acompanhado do revivalismo Punk dos Clash.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem o que vos apetecer. Viva a liberdade de expressão!