quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Fotos, espirais, reflexões e Sebastião Salgado


Adoro fotografia. Sempre gostei. Talvez por influências familiares. Já o meu avô era fotógrafo. Tenho o baú carregado de fotos do início do século passado. A preto e branco, brilhante, como manda a lei. Tenho daguerreótipos dos meus avós paternos em cima de um burrito com o meu pai no meio. Tenho fotos do meu bisavô, na sua pose verdadeiramente queirósiana, de monóculo e bigodinho da época. Sempre me fascinaram as fotos pela sua variedade. Desde a captação de um momento inesperado até à pose mais artificial possível. Se há fotógrafo que sempre me fascinou foi Sebastião Salgado. Só vi uma exposição dele até ao momento mas foi sem dúvida marcante. Não obstante, para mim o maior fotógrafo de sempre foi Cartier-Bresson.
As fotos captam assim as nossas memórias e fixam-nos num momento. Ajudam-nos a recordar o passado. A contornar as partidas que o nosso cérebro faz ao distorcê-las. Enquanto trabalhava no computador resolvi espreitar para algumas pastas de fotografias. Como tudo muda a uma velocidade vertiginosa. Como se mudam as pessoas que estão ao nosso lado nessas fotos. Como entram e desaparecem da nossa vida como os flashs que nos massacram os olhos. É tudo tão estranho nesta vida de espirais sucessivas. E na realidade elas só obedecem à nossa vontade egoísta de mudarmos os outros para não termos que mudar. Ficam aqui umas amostras de Sebastião Salgado.



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