terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Underwater Love


Telefonei-te para saber como estavas. Gostava de te ver agora que tens mais tempo. Colocaste mil barreiras e ainda assim eu telefono-te para saber como estás. Na esperança que agora que tens mais tempo me queiras ver. Mais barreiras. Excepto quando não te telefono e então ligas-me tu. Para a seguir me colocares ainda mais barreiras.
Hoje à tarde andei pelos teus lados. Lembrei-me de ti. Na realidade fui lá porque me aconselhaste. Disseste-me ser mais rápido. E de facto foi-o. Almocei um hamburguer gourmet sempre de olho nos cozinheiros. Tinham aquele olhar patológico de quem faz merda na comida dos outros e fica à cuca a olhar as garfadas. Podem achar estranho, mas existem pessoas que se divertem com as coisas mais sórdidas e doentias. Tive um imbecil de um colega no liceu que no verão trabalhava num snack-bar e a vender pipocas. Esse psicopata tinha o hábito de fazer porcarias inimagináveis com os hamburguers e tostas que servia. A seguir vangloriava-se de ser tão atrasado mental. 
Andava com vontade de rever o Titanic há já algum tempo. Cheguei a casa à tarde e resolvi vê-lo. A primeira vez que o vi marcou-me. Não tanto pelos efeitos especiais mas pelo romantismo da estória. Hoje confesso que achei os diálogos mais forçados e a prestação dos actores mais fraca, mas ainda assim me fez chorar. Como da primeira vez. De facto sou um homem de choro fácil. Mas confesso que é das histórias de amor mais bonitas do cinema. Há de factos amores inesperados e que nos marcam para a vida, ainda que sejam de curta duração. Neste caso foi forçada pela morte precoce de Jack. Não obstante, todo o romance envolvente, a libertação de Rose de tudo o que era superficial e castrador, o ambiente, o bater de asas e a coragem da personagem é de facto marcante. Confesso que hoje estou sem grande imaginação para escrever. É verdade. Sinto-me cansado. Á medida que bato no teclado o meu pensamento voa até ti. Ao longo destas palavras comecei por ouvir So Cruel dos U2, a seguir Joga da Bjork, Ripe Tide dos Beirut e agora uma qualquer dos Faith No More. Como já se aperceberam isto não tem sequência nenhuma. Sintomático do meu estado de espírito. Perdido e inerte. Apareçam cá em casa para um café, um cigarro e dois dedos de conversa. Ouço o tema Blue Eyes revisitado. Bom. Muito bom.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentem o que vos apetecer. Viva a liberdade de expressão!