As opções que tomamos nas nossas vidas têm sempre repercussões. Para um lado ou para o outro. Todos os caminhos seguidos vão invariavelmente dar a algum lado. Umas vez os sítios a que nos conduzem são ternos, quentes e agradáveis. Outras são sítios sombrios, cinzentos e adversos à nossa felicidade. Na maioria das vezes conduzem a sítios intermédios, umas vezes raiados pelo arco-íris que desenha no céu um sinal de esperança, outras cobertos pelas nuvens negras que parecem pôr em causa tudo aquilo com que se sonhou. Mas as opções têm sempre alguma repercussão. Não há atitudes, frases proferidas, olhares, comportamentos que não tenham as suas consequências. O amor e as relações entre as pessoas são o paradigma das consequências. Poucas pessoas conheço com relações aparentemente sólidas e estáveis. Digo aparentemente porque mesmo dessas por vezes surgem surpresas. Já tive dois ou três amigos verdadeiros, daqueles com quem se conversa, daqueles com quem se compartilham frustrações e alegrias, que viviam aparentemente relações sólidas e de um momento para o outro surge a ruptura. Isso leva-me a pensar que existem certos temas da esfera íntima dos casais que nunca chega cá fora até ao momento em que é impossível esconder mais. As pessoas, o ser humano, preocupa-se sempre mais com as aparências do que com aquilo que se vive na realidade. As pessoas pensam sempre mais naquilo que os outros possam pensar do que naquilo que sentem verdadeiramente. Na realidade acho isso muito triste, que na eventualidade de uma reconciliação a preocupação major seja transmitir aos outros quem é que cedeu, quem é que anda atrás, quem é que continua ligado a alguém. Quando isso é o menos importante. Aliás, não tem importância de todo. Na realidade desvirtua por completo a relação entre duas pessoas que se amam. Aquilo que mais uma vez importa são as aparências. Na sociedade actual o que se valoriza são as marcas, os objectos, o status, a ascensão social. As pessoas fazem tudo para entrar num baile de debutantes e no entanto não se apercebem que continuamos a viver em castas. Continua a ser muito difícil alguém de uma casta inferior chegar às esferas das elites. Elites essas que não são mais do que exercícios artificiais de futilidade. Como o ser humano consegue ser tão superficial. E é-o na realidade. Os elitismos não são mais do que comportamentos que escondem a verdadeira essência degraçada e primitiva de quem os pratica. Na maioria das vezes para esconder as origens. É um contrasenso, já que na minha opinião, quando alguém não esconde as suas raízes, mesmo que tenham sido desfavorecidas e ninguém escolhe o meio onde nasce, é realmente feliz. Mas prefere-se frequentemente continuar a viver num imaginaerum alimentado por uma histeria colectiva de futilidade e subserviência perante aqueles que aparentemente detêm o poder. Quando o poder somos nós todos que o alimentamos. E as pessoas tentam sempre deter poder sobre os outros. Umas vezes na base da força, outra na coacção psicológica, outras na privação de liberdade. E isso é transversal desde as relações entre duas pessoas até a grupos sociais maiores. Só quando se vislumbra a "ameaça" de se perder o outro definitivamente é que se regressa. Para cuspir e humilhar no momento a seguir. Alguém me disse ontem que, apesar de todo o clima de depressão nacional, sente uma onda positiva para 2013. Assim o espero, apesar dos calendários não serem mais do que barreiras artificiais, também eu vou tentar que 2013 seja um ano de reencontro comigo mesmo e dar um passo em frente. Quem quiser me acompanhar que seja sincero e me ame verdadeiramente. Não vou esperar mais dentro da gaiola enferrujada com a portinhola semi-aberta.
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