Há linhas que me envolvem. Estou manietado perante ti. Não consigo contradizer os teus raciocínios, as tuas ideias, as tuas certezas. Há uma altura na vida em que nos devemos conformar. Há momentos em que nos devemos confrontar com o inevitável. Já o disse várias vezes, mas é tão difícil. Não se deve desistir de alguém em quem se pensa diariamente. Mas não é possível não desistir se somos ignorados. Se deixámos de ser amados. Se nos querem presos a uma ilusão. Se nos tratam mal com base em premissas e ideias fantasiosas. Quer-se e não se quer. Há linhas que me envolvem e não me consigo desenrolar. Preciso de alguém que me puxe o fio e me faça rodopiar até à libertação. Mas até nestes momentos os amigos mais íntimos andam atarefados nas suas vidas. Estou enrolado sobre mim mesmo. Não é possível continuar a insistir no inevitável. Irei passar um pano branco e húmido nas acusações injustas que me foram dirigidas e seguir em frente. Vou ignorar as pragas lançadas sobre mim, ignorar os atestados de insucesso. Vou reagir contra a maldade, contra quem me quer mal. Vou gritar alto e não esmorecer. Vou destruir as linhas de arame que me envolvem. Liberto-me verdadeiramente, já que até ao momento não consegui. Desisto. Desisto de ti. Desisto de nós.
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