De ti também guardo boas recordações. Talvez nos tenhamos conhecido num tempo e num local errados. Não obstante, recordo o fascínio que o teu corpo esguio e sinuoso exerceu na minha retina. Aquilo que me chamou a atenção imediata foram os teus lábios grossos que desejei beijar assim que os nossos olhos se cruzaram. A seguir ao efeito visual vem o intelectual... e também esse de início me preencheu. Achei-te piada. Quando por imperativos profissionais nos separámos nunca pensei que me voltasses a procurar na minha base de origem. Foi uma agradável surpresa. Sentia-me muito bem na tua presença. Gostava dos teus mimos. Adorei deixar-te entrar devagarinho no meu Mundo, embora confesse que sempre senti que o teu era ligeiramente mais intransponível. Fomos-nos conhecendo melhor e com isso algumas farpas... Faz parte... Apesar de tudo adorei viajar contigo, mostrar-te como se viaja bem por esse mundo fora sem o comodismo comercial das excursões vomitivas. Há pormenores em ti que guardarei para sempre no meu íntimo. Ficam os registos fotográficos a preto e branco. As memórias não se apagam, como já disse para o bem e para o mal... I will not expose here the non-turning way spot... Mas por vezes eles existem. Há coisas que se fazem e dizem, atitudes mais ou menos cruéis que até podemos acreditar que conseguimos passar por cima... Mas no fundo tal não é possível. E dessa forma the only way is THE END. Ficam as memórias gravadas até que a memória seja corroída pelas larvas e vermes quando deste mundo me fôr. E todas elas foram sobejamente importantes para mim. Sinto saudade e tristeza mas sei que após certas fronteiras não há regresso, embora por vezes os caminhos sejam dolorosos, são os mais adequados.
quinta-feira, 19 de março de 2009
The End
Há 7 anos atrás em Barcelona comprei em El Born uma camisola de lã azul turquesa com gola alta de uma marca catalã chamada Divinas Palabras. Pertencia à colecção Cinema e tinha na sua base a inscrição em letras Bold Negras "The End". Recordo-me do prazer que tive em comprar com a ajuda dela esta camisola, que na realidade foi um prenúncio do fim. Nunca eu imaginaria que passados 7 anos teríamos dois filhos e viveríamos em casas separadas e tão distantes um do outro como americanos e russos no tempo da Guerra Fria. Une-nos um elo que nos ligará de alguma forma até à nossa morte e esses não têm culpa de nada. Isto para recordar que tudo é finito na nossa vida. E ficam as memórias, boas e más, que para o bem e para o mal moldam a nossa personalidade adulta e futura.
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