Estou sentado ao computador a pensar no abstracto. O candeeiro de lava pulsa bolinhas vermelhas que me desviam o olhar. Penso neste ano que passou. Tive momentos de enorme alegria mas o balanço este ano é muito negativo. As rupturas são sempre negativas especialmente quando ocorrem com as pessoas amadas. 2012 foi de facto, para mim, um ano infeliz. O contraste com 2010 é brutal. Um foi de união, de procura, de partilha... 2012 foi de disrupção, de fuga, de separação. As reflexões realizo-as frequentemente, mas olhar para trás neste marco artificial que é o final de ano é sempre um bom exercício. De repente surgiu-me um imenso medo da morte, da minha morte. Não são temas que pensemos muitas vezes ou morreríamos muito antes de realmente morrermos. Mas dei por mim a pensar nas pessoas que deixarei para trás, dos momentos não vividos, das palavras não proferidas, dos objectivos pessoais e profissionais qua ainda não atingi. É angustiante pensar num blackout total. Na quantidade de coisas que irei perder. As cores da vida. A luz, a música, a cumplicidade com os filhos, com os amigos, com a família, contigo... será. Tenho medo. Tenho medo da minha morte e das pessoas de quem gosto. Todos os dias morrem pessoas. Todos os dias um universo inteiro de vivências se apaga. Será que realmente não passamos disto. E não passamos. Somos energia que se esgota. Daqui a uns anos ninguém se lembrará de nós. Ficam alguns nomes marcados na humanidade, mas mesmo esses daqui a 1 milhão de anos ninguém recordará. Tudo isto é estranho. A vida, a morte... a sua passagem. Foi algo que nunca pensei muito e hoje dei por mim a martirizar-me como se não passasse desta noite. Como se fosse uma despedida... E se eu morro quando tenho os meus filhos comigo. Que pensamento tristemente doentio. Vou respirar fundo e sair daqui...
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