domingo, 2 de dezembro de 2012

Cloud Atlas

Tudo está ligado. No passado, presente e futuro tudo se interliga. As nossas acções têm sempre repercursões. Estas não se esgotam no nosso tempo. Adorei o filme. Também em mim esta filme marca uma fronteira daquilo que foi passado, do presente e do futuro. Tornou-se claro que nunca lá estarás. Esgotaram-se as expectativas. O intervalo marcou o teu entendimento fantasioso e injusto da nossa existência. É sempre possível culpabilizar alguém pelos nossos próprios comportamentos, passados, presentes ou futuros. Chegam-se a pontos sem retorno. Há limites que atingidos marcam as nossas próprias roturas. Há sempre um momentos antes e depois. Querias-me numa redoma de vidro, isolado, manietado e de língua amputada. Querias-me numa redoma enquanto estavas e sempre estiveste do lado de fora. Tudo está ligado e nós tivemos o nosso momento de ligação que se manterá ao longo de toda a eternidade. Mesmo após muitos anos, ao lado de quem o destino permitir, olharás para trás e recordarás este filme como o último momento que estivemos juntos. Recordarás o intervalo acinzentado que criaste no teu espírito. Lembrar-te-ás que mesmo não acreditando foste mais uma vez injusta. E estarás de alguma forma ligada a mim sabendo que tornaste impossível uma conexão com base em falsas premissas. Estaremos ligados ao longo do tempo. Talvez noutra era e noutro espaço sejamos felizes. Talvez a nossa relação se torne pura e cristalina como foi no início e perdure temporalmente como a Cloud Atlas Symphonia. Deito-me para trás e repouso com a mesma walter que dentro de segundos me implodirá a alma. Associo o meu momento de ruptura a este filme que estará sempre presente no meu espírito ligado a ti. Fumei um último cigarro enquanto te via passar. Descansou-me saber que foste em paz contigo mesma, embora os teus comportamentos sejam com base em realidades que só existem no teu pensamento. Penso que esse género de exercícios mentais só servem para nos desculparmos a nós mesmo quando não amamos. A paz que sinto é efémera. Assenta num assumir que existem pontos sem retorno. E tu passaste-os. Tudo está ligado. Mesmo que aparentemente não seja perceptivel.



2 comentários:

  1. Honestamente espero que o livro seja bem melhor que o filme.

    ResponderEliminar
  2. O livro não li... Mas o filme, enfim, é de culto ou se ama ou se odeia, não há meio termo. Eu como sou fã dos wachowsky gostei. Mas para mim o Matrix continua a ser um must.

    ResponderEliminar

Comentem o que vos apetecer. Viva a liberdade de expressão!