sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sempre pensei que não gostasses de praia

Sempre pensei que não gostasses de praia. Desde que te conheci, ou não, desdenhaste os pés na areia, a água fria da nossa costa atlântica, os gritos das crianças correndo, os pregões das bolas sem creme, que a ASAE anda à coca e os mirones nos altos das falésias, sentados nas suas famel à espera do desmoronamento fatal. Sempre te ouvi tecer mil argumentos a favor das piscinas num resort qualquer por aí perdido. Eu a olhar para ti e para o teu cabelo eriçado pela humidade da maresia que tu também desprezavas. Eras capaz de estar duas horas em minimalismo repetitivo a queixares-te que pela minha manipulação metereológica estavas com um cabelo num estado miserável. E eu gostava do teu cabelo num estado puro e miserável. Sempre pensei que não gostasses de apanhar boleias. Sempre demonstraste a tua independência (e muito bem) e o gosto mais que justificado para teres o teu carro sempre a teu lado para abandonares os sítios sempre que te apetecesse. E eu gostava dessa tua faceta auto-suficiente, mesmo quando te queixavas dos 200 km que fazias diariamente. Sempre pensei que não apreciasses turismo independente, perdida por ruas e vielas num qualquer país distante, sujo, imundo, habitado por pessoas com hábitos e visões diferentes dos nossos. Mas surpreendeste-me no meio daquele caos que nós vivemos.... e reclamavas reclamavas até à exaustão e eu achava-te graça, mesmo quando deixava de te achar graça. Sempre pensei muitas coisas... algumas acertei outras nem por isso. Afinal aprecias boleias e espantosamente gostas de praia. E sempre acabaste por fazer turismo independente. Nunca se conhece ninguém na realidade. :)

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