O silêncio é uma resposta em si mesmo. O silêncio é um estado de limbo, de incerteza, de dor, de amor não correspondido. O silêncio magoa porque é a negação do próprio ser. A negação de tudo aquilo que foi vivido, de tudo aquilo que se quer viver. O silêncio é uma morte silenciosa, uma tortura dissimulada. O silêncio é frio, é cáustico, é amargo. O silêncio corroí a alma por dentro. É o confronto com a nossa insignificância. O silêncio é um turbilhão de sentimentos vis e cruéis. É uma faca que nos rasga perante as memórias que ficaram guardadas. É um sangrar lento e duradouro. O silêncio é a pior das armas contra quem nos amou. O silêncio é o desrespeito absoluto. O silêncio é a manutenção de uma esperança ligada á máquina. É a maldade no estado puro. O silêncio é a perseguição surda, é manter o outro algemado, manietado, imóvel. É a cegueira provocada, é transformação no homem-bolha. O silêncio é um grito de despero, que tem um fim: quando é a resposta em si mesmo.
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