
domingo, 24 de maio de 2009
Intolerâncias

domingo, 17 de maio de 2009
Sebastião Salgado




terça-feira, 12 de maio de 2009
MySpace.Mao

Estou em casa. Hoje, excepcionalmente, não trabalhei à tarde. Almocei num restaurante aqui perto e assim que pude enfiei-me na falsa protecção do meu lar. Nunca estamos protegidos de nós mesmos. Raramente posso envolver-me pelo silêncio negro do alto da minha torre. Ao longe vejo os carros em correrias lentas nas grandes circulares que me envolvem. Sinto-me em paz comigo mesmo, mas vazio... Como este lar que se foi esvaziando ao longo destes últimos anos. As memórias ficam e as os registos fotográficos de outros tempos e vivências transportam-me para as alegrias que aqui já vivi. Queimo óleo de Jasmim. Tudo tem um fim. As pessoas morrem, as famílias desmoronam-se, os amigos partem, os namoros dilaceram-se e tudo aquilo que nós temos desaparece quando finalmente também nós partirmos. Sempre tive uma má relação com a morte. Na realidade temo-a embora afirme o contrário. Não a minha mas a dos outros. Temo a solidão e no entanto aprecio-a numa atitude masoquista. Quero ser feliz como se esse fosse o objectivo primordial das nossas vidas mesquinhas. Mas não consigo. Não assim, não afastando tudo e todos aqueles que tentam trespassar a barreira do superficial. Adsorvo as essências de Jasmim que me transportam para outros lugares. Em mim tudo corre como se não existisse amanhã. Sou emotivo em tudo o que faço. Vivo intensamente tudo o que se depara à minha volta. E só consigo ser desagradável para as pessoas de quem eu realmente gosto. Não tendo que me esconder atrás da boa-educação factual. Raras são as vezes que nos apercebemos disso. E isso magoa. A tendência é a solidão. O meu espaço é meu. Como já aqui escrevi. Quero continuar a dormir na diagonal e afasto do da minha intimidade quem se quer interpor. Ouço Sigur Ros sem perceber uma palavra que seja, fecho os olhos e vejo quem realmente sou. O meu pesadelo recorrente em que me liberto... fica para a próxima vez.
sábado, 2 de maio de 2009
pequeno ensaio sobre o moralismo

Moral, do latim mores, relativo aos costumes, conjunto de regras de condutas consideradas como válidas, éticas, quer de modo absoluto, para qualquer tempo ou lugar, quer para grupos ou pessoa determinada.
Desde tenra idade sempre tive alguma relutância em aceitar as dicotomias certo/errado, branco/preto, verdade/mentira, sagrado/profano etc/etc. De facto existe um meio termo... aliás, é somente o que existe na maioria das vezes.
Para desconforto da família não cheguei a completar a catequese nem a realizar a primeira comunhão. Em certo medida desiludi-os um pouco, embora nem eles saibam bem o porquê, já que nunca fomos realmente praticantes de qualquer tipo de religião no seio familiar. Católicos sim mas não praticantes... Definição estranha esta - como é que se pode ser algo que não se pratica. A afirmação de que sou atleta de decatlo mas não praticante é uma verdade semelhante. Seja como fôr, a verdadeira razão de ter abandonado a catequese prendeu-se com o facto de, já nessa altura, me tentarem enfiar à força na cabeça os conceitos dicotómicos atrás referidos. Algo que sempre me fez pouco ou nenhum sentido. Nem sempre as pessoas são genuinamente más ou boas. Ninguém é assim...ok, excepto os psicopatas. Mas na maioria das vezes há sempre algum grau de virtude e defeito. Naturalmente, há quem tenda mais para um lado do que para o outro.
O conceito de moral surge assim como forma de simplificar e bipartir a nossa complexidade humana. Na realidade, a moral e ética são essenciais para a nossa existência enquanto sociedade. Não obstante, não há conceitos mais plásticos e moldáveis, variando ao longo do tempo e do espaço como um cubo mágico com os seus cubículozinhos coloridos. Em última instância a moral é a tentativa de um grupo ou indivíduo levarem os outros a actuarem pelos seus princípios arrogantemente tidos como correctos. O objectivo maior na maioria das vezes, ainda que inconsciente, é tornar os outros infelizes e com sentimentos de culpa quando as regras não são cumpridas. Tendo em conta que as mesmas mudam ao longo do tempo e do espaço, não há nada mais cruel do que permitir que uma moral se possa atravessar na felicidade individual de cada um. Claro que a moral até pode ser superficialmente ignorada... mas sem que nos apercebamos é frequentemente um elemento gerador de mau estar. Nesse sentido é uma arma cruel que tem sido usada ao longo dos séculos pelos defensores das doutrinas morais. Na realidade, a influência que o catolicismo tem na nossa formação, com ideias enraizadas desde tenra idade, mesmo que não nos façam sentido hoje em dia, deixam sempre alguma sensação de mal-estar quando algum dos princípios morais é violado... muitas vezes sem gravidade nenhuma, excepto aos olhos daqueles que os produzem.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Quarentena

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