sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
apocalipse now.
de facto tens razão, só escrevo quando estou mal. só escrevo a solidão. de resto não sou muito diferente da maioria dos demais. é um escape uma fuga um espanta-espíritos. já devia estar a dormir mas espero ansiosamente pelo teu telefonema de boas noites que não se concretizará. tenho o dom da previsibilidade. da claravidência dos sentimentos. mantenho as minhas posições. ouço as tuas músicas. vislumbro os 3 cavaleiros que se aproximam. tens razão escrevo a indiferença. a falta de amor próprio. escrevo a falta de tudo. deslizo em espiral em direcção ao Tejo. de facto everything got an end. mesmo que ele nunca chegue a surgir. andamos demasiado ocupados para nos enteirarmos do nosso próprio espírito da nossa essência. perdemos tudo aquilo que nunca chegamos a ter. ou tivemos mas não nos apercebemos. de facto o cinzento domina as nossas vidas. domina-nos e invade-nos. recordo aquele livro italiano que li no verão passado e revejo-me. a piada dos livros é essa mesma. cada um lê da forma que quer mas na realidade acabamos por nos ler a nós próprios. de facto tens razão e não tens. também escrevo quando estou feliz. embora raramente esteja feliz. e escreva nessas circunstâncias. dizias-me que um dia também eu ia escrever sobre ti. enganas-te redondamente. eu escrevo sobre mim. o meu egocentrismo não me permite outra coisa. embora estejas presente em cada uma das minhas palavras, vírgulas e inesperadamente pontos finais.
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