segunda-feira, 8 de março de 2010
sem fim
Descalço-me na areia e percorro sozinho um caminho errante. Sinto cada grão de areia como se fosse o último. A humidade da beira-mar arrepia-me a alma e deixo-me flutuar. Olho de frente para o Sol e fecho os olhos. Há belezas difíceis de encarar e que nos cegam. Sinto o calor quente dos raios que deslizam pela minha pele. Os sons das ondas envolvem-me adormecendo-me perante a minha própria condição. Esqueço-me de quem sou. Adoro o mar. O vai-vêm das ondas embalam-me no seu dinamismo errante como o caminho que percorro sozinho nesta praia que é só minha. Ás vezes sabe bem a solidão... especialmente quando por ela optamos. Faz-nos bem estarmos connosco sozinhos. Permite-nos a meditação. Ao longe as minhas únicas companhias esvoaçam à minha volta. Fazem parte da praia e do mar como tu fazes do meu pensamento. Partem para longe as gaivotas em liberdade. Tal como tu meu pássaro colorido. O cheiro a maresia é forte e fortemente alcoólico. Grito sozinho a plenos pulmões o meu amor por ti. Adoro a praia, a areia húmida que me massaja os pés, a música das ondas, os raios de sol que deslizam na minha pele, o canto das gaivotas e por momentos deixo de ser quem sou e projecto-me neste céu azul que me chama. Encontramos-nos atrás de uma pequena nuvem e ficamos por lá até à eternidade. Sem fim.
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