segunda-feira, 24 de junho de 2013

My Yellow Moon.


I gave my yellow moon. You denied. No problem, it was mine anyway. I love the moon. Like everybody it has a dark side. Maybe one day you accept my yellow moon. Until then...

sábado, 22 de junho de 2013

Sacred Heart

Desististe, mas estarás para sempre marcada em mim. Perdeste a peça do puzzle que nos completava. Acorrentaste-me o coração. A chama azul da tristeza que me corroí está mais viva do que nunca. Procuro a chave do cadeado escondido e não encontro. A nossa música envolve-me e o meu espírito navegou até ti. De facto há coincidências que pela sua existência serão tudo menos coincidências. Deitei-me e acordei a pensar em ti. Quis-te falar. Não consigo. A tua falta de resposta é por si só uma resposta. Há verdades que nos custam a acreditar. Nego a tua desistência e tento selar a marca que me deixaste. Olho-me ao espelho e vejo tudo aquilo que para mim significaste. Quem sabe um dia alguém tenha a peça perdida da minha plenitude. Anseio que alguém dilacere esta corrente que me aprisiona a alma, os meus sentimentos, o meu coração flamejante. Dor. Foi o que senti. Estarás para sempre marcada em mim.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

arame farpado

Espreito por detrás do arame farpado. O céu está cinzento e chuvoso. O tempo quente não se faz sentir. Arrepio-me. Dói-me a cabeça. Procuro os meus óculos sem sucesso. Ouço ao longe os carros em procissão. Todos os dias a mesma rotina, a mesma azáfama. Acendo um cigarro e espreito por detrás do arame farpado. Observo os prédios tristes e bolorentos daqui. As pessoas movem-se nas cozinhas, nas salas, como se de zombies se tratassem. Todos os dias a mesma rotina, a mesma azáfama. Espreito por detrás do arame farpado e dói-me a cabeça. Procuro os meus óculos sem sucesso. Talvez um ben-u-ron resolvesse a minha condição. Levanto-me e movo-me na cozinha. Os únicos que tenho caducaram em 2012. Procuro os óculos. Não sei onde os deixei. Sinto a visão turva por detrás do arame farpado que me separa dos prédios bolorentos daqui até aqueles montes em frente. O telefone toca mas tenho preguiça de me levantar. Sinto a cabeça a andar à roda. O cheiro a tabaco que exalo incomoda-me. Tenho preguiça de deixar de fumar. Sei que me faz mal. Sei que um dia me vai matar. Mas a preguiça impede-me de prosseguir. Existem tantas coisas que deveria e poderia fazer. Que indolência me invade o corpo e o espírito. Sinto-me um zombie de um lado para o outro nesta casa triste, fria e bolorenta. Os pingos escorrem pelos vidros. O céu cinzento ao longe. Espreito por detrás do arame farpado que me separa de tudo. Os dias passam e os mesmos carros, as mesmas pessoas andam em círculos, sem objectivos, sem beleza, numa dança aleatória. Abro a janela e grito. Mando-os foder a todos. Não têm culpa. Nem os conheço. Mas a dor que me invade leva-me a despejar no balde do lixo errado. Perdi tudo. Perdi o meu trabalho, a minha família, os meus amigos, o meu amor. Afastei-me porque a dor que sinto me impede de estar com pessoas. Refugio-me neste casulo de arame farpado. Longe de tudo. Os pingos escorrem enferrujando tudo à minha volta. Acendo um cigarro antes de apagar outro. O fumo sobe em espiral. O segundo não me satisfaz. Fica a sensação de atraiçoar o primeiro.  Desligo-me. Estou presente e não estou. Longe de ti, longe de tudo. Atrás de uma cortina de arame farpado que vejo desfocada. Procuro os meus óculos e não os encontro. A dor de cabeça não me abandona. Sinto o peito latejar. Sinto ácido a percorrer-me as veias. Espreito por detrás... e não te vejo. Olho-me ao espelho e não me reconheço. Nunca me reconheço. Queria tanto cortar este vil metal que me manieta. Talvez um ben-u-ron resolvesse a minha condição. Caducou a 24 de Dezembro de 2012. E a dor persiste.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

no limits for love

Não escrevo há precisamente um mês. Não é que não tivesse vontade ou falta de assunto, mas senti preguiça de escrever sobre o inevitável. É que aquilo que vou escrevendo desde há uns tempos para cá é de tal forma repetitivo e enfadonho que até a mim me repugna. Por mais que tente entrar nalguns pensamentos humanos os meus objectivos saiem frustrados. Como é que não se desiste de alguém que desistiu de nós ainda antes de nós mesmos. Não sei responder. O que eu sei é que até o amor têm limites. A perserverança tem limites. E já agora, a falta de amor próprio. Um amigo meu disse-me que enquanto eu não me apaixonasse novamente, esse amor, essa pessoa que te despreza, essas ideias cíclicas não me iriam abandonar. Ele tem razão. Mas, como é que uma pessoa se apaixona por outra se o seu lugar está ocupado. Será possível apaixonarmo-nos por várias pessoas ao mesmo tempo? Talvez. Por outro lado o desaparecimento inevitável da outra paixão deixa-me, aos poucos e poucos, espaço para amar novamente. Agora, só agora, acredito que posso reencontrar alguém que me preencha. Mas as marcas ficam (on July 18th 2013). E as minhas ficarão até ao dia em que decidir partir para o desconhecido.