quarta-feira, 1 de maio de 2013

Inesquecível

Não sei como começar. Sei que quero e preciso escrever algo. Sei que sentado neste sofá, onde tantas vezes conversamos, o meu pensamento navega até ti. Não quero. Não consigo controlá-lo. É um rio sem barragens. Tento sair com amigos e amigas. Leio, ouço música, vejo filmes, vou ao cinema, exposições, concertos, trabalho e no entanto cada momento vivido é um momento recordado porque me fazes falta, porque penso em ti, porque nunca deixas de estar presente diariamente no meu pensamento. Ambos sabemos que não o mereces. Aliás, ninguém merece ficar preso em memórias quando as pessoas seguem rumos diferentes. Olho para a última carta que me deste quando estivemos juntos pela penúltima vez e não me faz sentido ignorares-me. Mas é de facto o que acontece. Antes ainda tinhas curiosidade em vir ao meu blog espreitar os sentimentos que publicamente divulgo. Provavelmente também o FB seria alvo da tua curiosidade. Mas até isso deixaste de fazer, como se me tivesses banido completamente do teu pensamento. Às vezes dou por mim a pensar que se te vir um dia já nem me reconheces. E eu a ti. Acho que quando uma relação acaba e um dos elementos continua apaixonado a imagem do outro se torna uma obsessão. Já pensei em regressar às minhas sessões de análise para te esquecer. Mas na realidade não o quero. Estou preso. Quando te pedi que respondesses a minha mensagem, que me dissesses que me tinhas esquecido, que tinhas uma nova relação, era a sério, só procurava uma ajuda para conseguir andar em frente. Estou parado no tempo e não avanço, estou fechado para o mundo e para outras pessoas, outras relações. E só gosto de estar sozinho por opção. E nesta minha fase da vida a única que coisa que anseio é compartilha-la. A solidão assusta-me. Não quero, desprezo-a. Não entendo porque não me dás um tiro certeiro, ao invés de me deixares a agonizar lentamente. És de facto inesquecível. Mas quero e preciso esquecer-te. E não consigo. Estou condenado a não mais me apaixonar e amar, porque continuas a ocupar o lugar que já não te pertence.

1 comentário:

  1. Não sei que te diga... Sei que me libertei de uma obsessão dessas quando percebi que o seu alvo não era sequer meu amigo. E isso mudou tudo.

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