quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Um beijo

O beijo é transversal a todos as espécies animais. Vejo os meus agarponis em amena troca de carícias com os bicos e apercebo-me que não há nada de mais intimista do que um simples beijo. Um simples acto de afecto que pode ir desde a demonstração do amor que se tem por um filho, por um amigo até à luxúria da paixão desenfreada. O beijo implica tantos sentimentos - aproximação, respeito, contacto, desejo, amor, amizade, paixão, compaixão... Recordo os primeiros beijos e a emoção que eles trazem. Quando se começa a gostar de alguém e o desejo de sentir os seus lábios surge é difícil disfarçar, lambemos os nossos próprios lábios, humedecemo-los para que fiquem receptivos e quentes aqueles dos quais não conseguimos tirar os olhos. Há beijos e beijos... Há aqueles beijos disfarçados no canto dos lábios quando ainda não investimos ou temos medo de não sermos recebidos. Existem aqueles beijos de loucura numa noite mais quente e etilizada. Mas um beijo nunca é um simples beijos. Não existem simples beijos, mesmo quando na exploração da adolescência eles surgem, têm sempre algum significado. Não conseguimos beijar pessoas pelas quais não sentimos absolutamente nada. O beijo não pode, nem deve, ser destituído de emoções. Podem não passar de meros impulsos carnais mas são normalmente o início de um cada vez maior grau de intimidade. Não nos podemos convencer que é um simples beijo, porque um beijo nunca é simples. 

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